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Moradores do Manoel Julião devem ganhar área de lazer de 1,5 ha até o final do mês

Os moradores do Conjunto Manoel Julião ganharão até o final deste mês um parque li-near com mais de 1,5 ha (15 mil m2), que servirá como nova área de bem-estar e lazer para toda a comunidade. O espaço está sendo construído pela prefeitura, para revitalizar totalmente a nascente do igarapé que leva o mesmo nome do conjunto, afluente do Igarapé Fundo. As obras começaram em setembro passado e já estão na fase final. Trata-se de uma Área de Preservação Permanente (APP), localizada ao lado da Escola João Aguiar.
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Aliando baixo custo com a recuperação de um espaço público, o parque terá uma pista circular com 380 m de extensão (feita inicialmente com areia, mas depois deve ser usado pó de brita para cobri-la) e cercada com garrafas pet, bancos de praça, playground infantil, academia aberta com estrutura fixa e campo de vôlei. Para a circulação, o lugar terá 2 vias de acesso por ruas diferentes e 3 pontes de madeira sobre o igarapé (que passará por canal adutor, nos moldes do Parque da Maternidade) para fazer a ligação entre seus 2 blocos de terra. Além disso, a plataforma menor de terra (a que fica junta à escola) deve ter uma grande galeria de madeira para dar maior sustentabilidade ao seu solo.

Na parte de decoração, o espaço será repleto de árvores e flores ornamentais de diversas espécies nativas (Cerejeira, Ipê, Ipê amarelo, Copaíba, amen-doim forrageiro e até lírios-aromatizantes, entre várias outras do acervo da Embrapa) e será pintado com tintas luminosas e duradouras usadas no trânsito (amarelas e brancas). As mais de 14 mil garrafas pet recicláveis que cercarão a pista de cooper também serão cheias de areia e pintadas com cores alternadas.

De acordo com a secretária municipal de Meio Ambiente (Semeia), Silvia Brilhante, o projeto é de grande importância ao Manoel Julião, pois devolverá para a comunidade o controle sobre uma área antes tomada pelo lixo, transmissores de doenças e até vândalos. Segundo ela, o parque é resultado da soma de esforços entre a Semeia, Semsur, Emurb, Imac, Rbtrans, Embrapa, Saerb, Seme,  PM, 7º BEC e, sobretudo, da comunidade. Por isso, traz uma série de benefícios e usos em potencial para os moradores do conjunto.

No cunho sócio-ambiental, o espaço será um forte aliado na luta da Semeia em prol do igarapé da região, e até mesmo dos moradores contra a sua própria poluição. De fato, a maior parte da extensão do curso d’água será revitalizada com a retirada de anos de esgoto, lixos e entulhos. Simultaneamente, o recinto servirá como ‘canto ideal’ para a promoção de atividades de lazer, cultura, arte e exercícios físicos (só não serão permitidos veículos motorizados).

Mas os benefícios não param por aí! O parque também será um importante aliado para a educação dos estudantes da escola João Aguiar, e mesmo para outros colégios de bairros vizinhos. Nele, os alunos poderão desenvolver aulas práticas em contato com a natureza para reforçar conceitos sobre consciência e educação ambiental. Além do que, será uma boa opção para distrair os jovens com aulas expositivas e quebrar a monotonia escolar. Fora do colégio, propiciará um espaço a mais para eles se divertirem com segurança.

“O parque foi planejado para ficar ao lado da escola, muito em função das vantagens que deve gerar aos alunos. Será um espaço perfeito para que eles aprendam mais sobre a convivência com o meio ambiente na prática, ao mesmo tempo em que podem desfrutar da área para terem momentos de diversão e lazer”, complementa a secretária.

Para inaugurar o Parque Linear do Manoel Julião, falta apenas finalizar a limpeza da área, fazer a segunda parte da pista de corrida no outro lado do terreno, construir a ponte principal, fincar os canteiros das mudas plantadas e fazer a galeria de madeira. Praticamente todo o material do parque é reaproveitado. A madeira é fruto da apreensão feita pela fiscalização ambiental e os materiais de construção vêm de sobras de obras.

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Preservação dos igarapés da cidade
Engana-se quem pensa que a luta da prefeitura para a recuperação de igarapés acaba no Manoel Julião. De acordo com a secretária Silvia Brilhante, nos últimos anos a Semeia vem implantando várias alternativas para recuperar os igarapés e matas ciliares da cidade, perante a degradação humana. Entre as ações adotadas para tal fim, as APPs com parques lineares são as que se mostraram mais práticas, efetivas e sócio-inclusivas.

O piloto para as iniciativas atuais foi o parque do Xavier Maia, entregue no início de 2010. O segundo é este que está sendo executado no Manoel Julião. Os dois projetos fazem parte do Igarapé Fundo. Além das obras no conjunto e no Xavier Maia, a prefeitura já recuperou áreas deste igarapé no bairro Esperança e Fundação Bradesco. Outros serviços foram: nos igarapés Quinauá (onde hoje é a Utre), Fidensinho (Jorge Lavocat), São Francisco Batista e Almoço. Mais áreas ainda estão em fase de estudos.

A cada projeto, a secretaria aperfeiçoa a idéia e molda a reestruturação dos igarapés de acordo com as características de cada lugar. A concepção dos parques lineares segue a tendência do Canal da Maternidade e do Horto Florestal, só que com proporção e custos menores. Conforme Silvia Brilhante, a meta é restaurar os igarapés da Capital em estado mais crítico, com espaços que possam ser preservados com apoio da população.

“Estes parques vêm para dar uma nova cara para as áreas de fundo de vales urbanos que são cortados por igarapés. É a retomada de pontos poluídos, que antes só causavam problemas e transtornos. No entanto, gostaríamos de fazer um apelo para que as pessoas cuidem bem destes espaços e não permitam que eles voltem a servir como depósitos de lixo ou de postos de doenças e de vândalos. No Ma-noel Julião, vamos iniciar uma campanha nesse sentido, para evitar que todo trabalho não se perca”, conclui.

 

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