O programa Mais Alimentos, do Ministério do Desenvolvimento Agrário, está implantando 25 unidades demonstrativas no Acre. As áreas selecionadas pertencem a agricultores familiares de diversos municípios e são locais onde o solo apresenta algum nível de degradação, o que dificulta a produção rural.
Para reverter este quadro, uma das alternativas encontradas foi a utilização do sistema de integração Lavoura-Pecuária-Floresta. Profissionais da Embrapa Acre, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Secretaria de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) estão coordenando a implantação e o monitoramento das Unidades Demonstrativas, que possuem em média 3,6 mil metros quadrados.
A integração lavoura pecuária floresta (iLPF) consiste em um sistema alternativo que concilia a produção de animais, madeiras, frutos e outros produtos em uma mesma área. Entre outras vantagens, as árvores podem oferecer sombreamento e ajudar na adubação natural dos solos. Um dos grandes benefícios é a possibilidade de produzir grãos e na mesma área implantar pastagens, o que garante uma diversificação de renda para o agricultor.
No Acre, além das espécies nativas, como paricá, mogno, ipê roxo, ipê amarelo, samaúna, foram plantadas árvores que contribuem para recuperação das áreas selecionadas, como bordão de velho e mulateiro. Cerca de 100 pessoas, entre técnicos e agricultores, já foram capacitados para a adoção do sistema de ILPF.
Para o técnico da Seaprof, José Albuquerque Filho, compete à pesquisa e à extensão levar alternativas para que os produtores rurais possam recuperar áreas degradadas de maneira econômica, que resultem em melhoria na qualidade de vida do agricultor. “É muito importante aproveitar áreas degradadas com lavoura, pecuária e floresta. Em geral, o produtor rural não sabe como fazer isso e há inúmeras propriedades com esse problema no Acre”, afirma.
A analista da Embrapa Acre, Dorila Gonçalves, explica que o objetivo principal do programa Mais Alimentos é fortalecer a relação entre pesquisa e extensão rural com foco na melhoria da produtividade das principais culturas da agricultura familiar. “Além do sistema de ILPF, o programa também atua com tecnologias relacionadas a produção de grãos, como arroz, milho e feijão, frutos para agroindústria, café, frutas cítricas, ovinocultura, pecuária de leite, hortaliças”, afirma. (Assessoria)