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Voluntários criam Associação das Vítimas de Acidentes de Trânsito do Acre

Ser a resposta ou o meio pelo qual a sociedade possa resolver ou minimizar os danos materiais, psicológicos ou irreversíveis, como a perda de um membro do corpo ou de um ente querido, é a meta da Associação das Vítimas de Acidentes de Trânsito do Estado do Acre – Avitra,  uma iniciativa inédita de unir as ações pessoais dos cidadãos para tentar melhorar o trânsito do ponto de vista de quem sofreu a violência. Entre as missões da Avitra está a sensibilização de pessoas para formar uma equipe de trabalho treinada com o objetivo de orientar e informar. Outra meta importante é evitar fraudes, como as que comumente ocorrem quando a vítima ou sua família pretende recorrer aos seguros. Quem passa por uma situação como esta nunca se lembra dos direitos que têm ou poderá vir a ter. O foco é salvar os feridos.

Se você sofrer agora um acidente de trânsito sabe qual medida tomar? Quem pergunta é o pai de uma vítima de um acidente automobilístico em 2010, Roberto Santi. Ele e o advogado Gersey Souza, especializado nesta área e diretor jurídico voluntário da Avitra, sabem que não será tarefa fácil informar e esclarecer. Gersey, também uma vítima do que chama de “imperícia e arrogância”, diz que 95% das pessoas nesta situação sequer lembra o número do telefone das instituições que devem procurar e quais direitos requerer depois. Ele foi submetido a três cirurgias para recuperar 50% dos movimentos de uma das mãos e não foi em busca dos seus. Agora tenta contribuir para que o maior número de vítimas não passem pela mesma experiência. “A maioria nem sabe como pleitear o DPVAT, que apesar de ser disponibilizado no Ministério Público Estadual é burocrático, muitos desistem. A população tem que saber os direitos que tem”.

Nova consciência – Para chegar a este patamar seria necessária a adoção de novos hábitos no trânsito, segundo o advogado, com o desenvolvimento de campanhas educativas, palestras, revisão das aulas práticas para motociclistas e fiscalização mais rigorosa. Para os representantes da Avitra, quem dirige um veículo tem mais tempo para pensar e não basta somente as leis de trânsito para evitar acidentes e sim uma nova cons-ciência diante da vida. “Há pessoas que usam o carro como arma. É preciso refletir qual o preço justo de uma vida, a dor interna que causa na alma perdas no trânsito”, lembra o presidente da associação, Roberto Santi.

A organização sem fins lucrativos, em processo de estruturação mas criada de fato e de direito com toda a diretoria composta, recebeu temporariamente a permissão de usar uma das salas localizadas na base da Torre da Catedral. Será ali o escritório até que mais pessoas se unam ‘a causa’. Os telefones de contato para mais informações são 8402-5265 (Roberto Santi) e 9236-8651 (Gersey Souza).

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A Gazeta do Acre: