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Família de ex-soldado do 7° BEC faz novas denúncias contra o Exército Brasileiro

A família do ex-soldado Sérgio Bruno Pereira de Lima, 19 anos, voltou a denunciar o 7º Batalhão de Engenharia e Construção (BEC), ontem, 8. Ele é um dos cinco soldados do BEC que no dia 15 de abril do ano passado passou mal quando fazia exercícios na temível Operação Boina, quatro dias de intensos exercícios de guerra.

O rapaz vem sofrendo de distúrbios mentais, enquanto aguarda uma decisão na Justiça Federal sobre a possibilidade de ganhar um pensão de pouco mais de R$ 500 do próprio Exército.

“Eu nunca mais me recuperei dos problemas físicos e psicológicos a que me submeteram”, diz Lima, acompanhado do pai, o motorista profissional José Lima da Cunha, 59 anos.

Sérgio Bruno de Lima foi diagnosticado com “transtorno afetivo bipolar”, tem crises convulsivas constantes, por várias vezes foi internado numa Unidade de Pronto Atendimento e os médicos do Hospital de Sanidade Mental do Acre detectaram nele início de epilepsia.

Ele mostra os golpes profundos no braço esquerdo, provocados quando ele acertou uma vidraça da casa dele, após uma das crises fortes. Segundo o pai, os problemas começaram desde o dia 15 de abril.

Neste dia, o ex-soldado voltava da operação malsucedida com uma tropa de outros 92 soldados que participavam do último dia de exercícios. Um deles, o mais estável, afirmou que tiveram de caminhar 12 quilômetros pela BR-317, em meio ao sol da tarde e sem se alimentarem, sofrendo insolação.

“Um dos sargentos, com raiva de mim, me disse que eu iria levar a mochila dele e que eu não iria comer. Tive que passar direto pelo refeitório, porque eles estavam me punindo. Isso deve ter piorado ainda mais as coisas para mim”, conta.

O ex-soldado já esteve no regime de liberdade assistida, quando era menor, em 2008. Neste ano, ele teve que ir para o Hospital de Sanidade Mental do Acre, segundo o pai, para tratar de uma falta de sono. “Somente isso aconteceu. Meu filho não tinha problemas naquela época. Agora vive tomando sete medicamentos diferentes para poder viver”, conta José Lima da Cunha.

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