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Polícia desarticula quadrilha que vendia casas do governo

Policiais civis da delegacia da 4ª Regional desmantelaram ontem, 3, uma quadrilha acusada de vender casas do Programa de Habilitação Popular do Governo do Estado. O bando era supostamente liderado pelo ‘falso empresário’ Jair Cleudo Aquino de Oliveira, 38 anos, preso em flagrante. Ele seria auxiliado por Gilson Ferreira da Silva, Valkson Araújo Costa de Sousa, e mais duas pessoas, dentre as quais uma mulher, cujos nomes estão sob sigilo policial.
Vendia-casa
De acordo com informações da polícia, as casas estavam sendo vendidas para várias pessoas de baixa renda e sendo negociadas pelos valores de R$ 1,2 mil e  R$ 2,5 mil. Foram vendidas unidades habitacionais em conjuntos que ainda estão em construção, na Baixada da Sobral, conjuntos Xavier Maia e São Francisco.

Em poder de Jair Cleudo, a polícia aprendeu 2 carros Corollas, 1 Fiat e 1 Voyage, além de notas de compra e venda dos imóveis, comprovante de recebimento no valor de R$ 30 mil, mais R$ 1,3 mil em dinheiro e R$ 9 mil em cheques diversos. No local, havia também recibos de pagamento em nome da AC- Construções Comércio e Serviços Ltda, cuja sede era numa casa alugada na Rua 3 de Maio, em Senador Guiomard.

Jair e os supostos comparsas foram indiciados por estelionato e formação de quadrilha. A polícia informou, ainda, que Jair já teria sido preso por aplicar golpe da casa fantasma, mas estava em liberdade por força de habeas corpus.

O GOLPE – O golpe teria sido articulado por Jair, também conhecido por ‘Cabeça’. Pela maneira  como o golpe foi planejado, muitos foram lesados. O acusado, que já tinha sido preso por vender casas que nunca existiram, estaria se apresentando como ‘dono’ da AC- Construção Comércio e Serviços, que seria só de fachada. Ele estaria dizendo para as vítimas que havia construído parte dos conjuntos de moradia popular do Estado, cujos imóveis serão sorteados entre famílias de baixa renda, mediante análise de órgãos ligados ao governo.

Como pagamento, ele teria recebido cerca de 100 unidades, para vender ao preço máximo de R$ 2,5 mil e R$ 1,2 mil, que na versão do  acusado seria para pagamento das despesas da suposta construtora.

As casas de madeira estariam sendo vendidas por R$ 1,2 mil e as construídas em alvenaria por R$ 2,5 mil. A oferta era tentadora. O líder da quadrilha estaria afirmando que a entrega dos imóveis em 1 semana após a vítima efetuar o pagamento. Muita gente caiu na farsa da casa própria.

DESCOBERTA – Uma dona-de-casa que adquiriu um dos imóveis de alvenaria passou a desconfiar depois que Jair adiou por 3 vezes a data de entrega. Ela tratou de procurar a polícia na tentativa de saber se realmente o negócio era ‘legal’.

O delegado Alcino Júnior designou uma equipe do setor de crimes contra o patrimônio para que apurasse a denúncia e descobriu se tratar de um golpe. Parte dos membros da quadrilha foram identificados, logo.

Até o fechamento desta edição, haviam sido descobertas cerca de 30 vítimas, porém, acredita-se que este número seja pelo menos 3 vezes maior. O grupo também é investigado por outros crimes, inclusive pelo golpe do carro financiado. (Com assessoria da Polícia Civil)

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