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Polícia lacra revendedora, prende empresário, advogado e um funcionário

O empresário Claudemir de Goes Amaral, proprietário da  garagem de compra e venda de veículos, a MultCar, foi preso sob acusação de adulteração de chassis de veículos roubados e confecção de documentos falsos. Além dele, o funcionário Paulo Nascimento Santiago, o “Paulinho”, foi preso por falsificação de documentos e o advogado Sérgio Farias, acusado de tentativa de obstrução ao trabalho da polícia.
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De acordo com informações, a prisão do empresário e do funcionário é resultante de uma investigação realizada por agentes e o delegado Leonardo Santa Bárbara, da 1ª Regional que aponta o empresário Claudemir de Goes, como sendo o líder de uma quadrilha que aplicava o golpe do “Finan”.
Segundo o delegado, o golpe constituía no falso financiamento de veículos roubados. A quadrilha comprava “carcaça” de carros acidentados de forma legal com o único objetivo de “esquentar” documentação de veículos da mesma marca e modelos roubados em várias cidades do Brasil.

Da carcaça, os criminosos só tinham interesse na numeração do Cassi e motor e a documentação de compra e venda das peças.

De posse dos restos de veículos acidentados, a quadrilha encomendava o roubo de carros semelhantes e instalavam o chassi comprado no veículo roubado, deixando a documentação regular, o que é chamado no submundo do crime, como “esquentar” cabrito.

Após concretizar a primeira fase do crime, a quadrilha passava para a fase rentável, que era financiar os veículos roubados.

A polícia informou que os bens adquiridos pela quadrilha de forma ilícita, esta avaliada em mais de R$ 2 milhões.

Justiça expede mandado de busca e apreensão
Após concluir a investigação o delegado Leonardo Santa Bárbara, enviou solicitação de mandado de busca e apreensão a ser cumprido na concessionária MultCar, objetivando juntar provas materiais contra a quadrilha. O mandado expedido pela juíza Denise Bonfim, da 2ª Vara Criminal dava conta da existência de armas, munições e produtos de crime, como materiais utilizados para adulterar placas e chassis de veículos.

Durante o cumprimento, o advogado Sérgio Farias, que defende um dos acusados estava na concessionária e em um determinado momento ocorreu um desentendimento entre o advogado e o delegado que comandava a operação.

De acordo com o delegado, Sérgio Farias foi preso por tentativa de obstrução ao trabalho da polícia.
Já o advogado afirmou que foi preso somente porque pediu cautela na condução de um dos acusados que tem problemas de saúde e dificuldade em seus movimentos devido a rea-ção de medicamentos controlados que toma.

“A lentidão nos movimentos em se aprontar teria deixado o delegado irritado que ameaçou dar um murro no rapaz”, afirmou o advogado.

De acordo com o presidente da OAB/AC, Florindo Poersch, Farias só poderia ser preso ante a presença de um representante da OAB. Segundo ele, a prisão de Sérgio Farias foi justificada pelo delegado como “suspeito de praticar uma contravenção penal”. “Esta condição prevê pena de 15 a 30 dias de multa, mas não de prisão, como foi o caso aqui, inclusive sendo algemado”, diz Poersch.

Ao sair da delegacia, Farias, Poersch e outros colegas advogados se deslocaram ao MPE e à Corregedoria da Polícia Civil.

Vistoria em peças e carros pode demorar 15 dias
O delegado Santa Bárbara, preferiu não falar muito a respeito da operação que resultou nas prisões do empresário e de seu funcionário, mas garantiu que agiu dentro da Lei e que coletou provas da prática dos crimes atribuídos aos dois acusados.

“Foram apreendidos veículos e documentos que comprovam a prática dos crimes investigados, foram presas pessoas que integram a quadrilha criminosa, lacramos um estabelecimento comercial que funcionava como “fachada” para lavagem de dinheiro do crime, portanto agimos dentro da lei e da ordem. Se alguém mais foi preso, e que não faz parte da investigação, é porque tentou atrapalhar a atividade poli-cial”, afirmou o delegado.

Santa Bárbara disse ainda que apesar da prisão do líder da quadrilha as investigações continuam e que não descarta outras prisões a qualquer momento.

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