Autodesenvolvimento. Este termo foi criado pelo saudoso economista Celso Furtado, ao propor uma cadeia produtiva bem definida, em regiões com vocação agrícola. A Agroindústria, na sua avaliação, seria a alternativa econômica para o Brasil, porque, além de alimentar a população, agregaria valor com industrialização e geraria empregos ali mesmo, no interior, evitando o êxodo rural.
Por acreditar nessa proposta, o governador Tião Viana se reuniu ontem, na biblioteca pública, com piscicultores de todo o Estado e diretores do Projeto Pacu para definir políticas públicas e estratégias para o setor. “Queremos, antes de qualquer coisa, apreender com os pioneiros que apostaram na criação de peixes”, disse o governador, ao anunciar cerca de R$ 120 milhões para os próximos dois anos.
As perspectivas econômicas do centro industrial de piscicultura, definido como uma prioridade do governo envolveria desde a agricultura familiar, passando pelos médios e grandes criadores, até a industrialização dos pescados “Além de oferecermos um alimento saudável para os acreanos, vamos gerar empregos e arrecadação para o Estado”, disse o secretário de Agricultura do município, Mário Jorge Fadel.
O prefeito Raimundo Angelim destacou a vontade política do governador, sugerindo colocar o peixe no cardápio das escolas municipais. “A gente já regionalizou a merenda e vamos introduzir o peixe pelo menos uma vez por semana, garantindo, dessa forma, a segurança alimentar de 40.000 crianças”, propôs Angelim.
O preço do peixe varia entre R$15 a 23 nos mercados de Rio Branco. Com uma política de incentivo e fomento, que aumentaria significativamente a oferta, técnicos acreditam que o preço despencaria para R$ 6,00. “O governo quer uma parceria público-privada que gere até R$ 350 milhões por ano na produção de peixe. Vamos montar um complexo industrial que custará, inicialmente, cerca de 40 milhões”, anunciou Tião Viana, acrescentando que também serão estimuladas a instalação de fábricas de ração.