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Mensagem do governador à Aleac aponta rumos para o desenvolvimento do Estado

A tradição do parlamento é abrir a primeira sessão deliberativa com a mensagem do Executivo. Ontem, o governador Tião Viana (PT) ocupou a tribuna da Aleac para fazer um resumo das gestões da Frente Popular nos últimos 12 anos. Depois revelou os projetos que pretende realizar para intensificar o desenvolvimento social e econômico do Estado. Após a mensagem, os 14 líderes partidários, que representam os 24 deputados estaduais, comentaram o pronunciamento do governador. 
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Depois da sessão, antes de viajar para Brasília, onde deverá se encontrar com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, Tião Viana conversou com os jornalistas. “Vim aqui para dizer da coerência que tenho para que cada palavra e compromisso assumido ao longo da luta política se transformará num compromisso ético e verdadeiro no exercício do Governo. Portanto, tudo que foi dito por mim antes de ser governador estou reassumindo. A política precisa de coerência e responsabilidade. A boa convivência entre as instituições pelo caminho da democracia vai ajudar o Acre a ter menos desigualdades e mais desenvolvimento com os recursos naturais preservados. O Acre precisa de diálogo, decisões e de avanço nas políticas públicas”, declarou.

Quanto à ampla maioria parlamentar que seu Governo terá na Aleac comentou: “a Casa está bem representada e madura. O conjunto dos partidos é de muito respeito pela vida do povo acreano e espero que todos tenham sucesso”, ponderou. Indagado sobre os pronunciamentos dos líderes partidários, o governador, analisou: “achei sereno e natural. A oposição manifestou algum sentimento de insatisfação com alguns aspectos políticos da FPA o que é natural na democracia. Quem é da base governista acredita que nós estamos no caminho certo mesmo reconhecendo tudo que ainda temos que fazer. É um debate num ambiente democrático. O parlamento é oxigênio da democracia”, argumentou.

Posicionamento das lideranças
A maioria dos 14 diferentes partidos que compõe o plenário da Aleac são de apoio ao Governo. Os líderes de situação e oposição comentaram as suas expectativas em relação ao novo Governo e as relações com o parlamento. O deputado Chagas Romão (PMDB) afirmou: “estamos dispostos a ajudar nessa nova construção. Tudo que for feito de bom à população e à democracia o PMDB vai apoiar. Mas o que for ao contrário iremos criticar”, prometeu.

O líder do PT, Geraldo Pereira (PT), comentou as suas relações políticas no Estado desde que o seu pai, Geraldo Maia, foi deputado. Pereira ressaltou a importância da interiorização das ações desenvolvimentistas. “Temos que ajudar a resolver os problemas daqueles que mais precisam. O Poder Executivo precisa estar alinhado com as demandas da sociedade. A efetividade não se relaciona apenas com os resultados, mas na conseqüência da realidade. Precisamos produzir muito mais, com menos”, declarou.   

Também o deputado Eduardo Farias (PCdoB) salientou a questão desenvolvimentista do Estado. Depois destacou a saúde pública como uma área de atuação prioritária do Governo. “Assim como o Tião Viana fiz da saúde um compromisso da minha vida. Precisamos de transformações e de um trabalho sensível porque qualquer ação em saúde gera muitas incompreensões por ser uma área muito complexa que diz respeito direto à vida das pessoas”, afirmou.

O major Whesley Rocha (PSDB) reafirmou a postura oposicionista na sua exposição. “Foi o PSDB que construiu as bases de crescimento do país. Estamos dispostos a colaborar com o novo Governo para que consiga fazer um Acre melhor. Porque nesses 12 anos de gestões da FPA preferiram embelezar os centros das cidades e se esqueceram das periferias. Já sentimos algumas mudanças. Mas vamos nos manter na oposição e mostrar que as pensões dos ex-governadores não atendem os interesses da população”, protestou.

Também o oposicionista Jamyl Asfury (DEM) prometeu ajudar o Governo nas iniciativas que beneficiem à população acreana. Mas não deixou as críticas à FPA de fora. “Vamos lutar contra uma aristocracia que ameaça a democracia no Estado. Queremos a autonomia dos mandatos parlamentares, mas seremos parceiros na construção de um Acre melhor”, argumentou.

Alguns trechos da mensagem do governador Tião Viana ao Legislativo

“…O projeto da Frente Popular do Acre (FPA) tem raízes na história, cultura e identidade do povo acreano. Esta combinação marca a construção de um modelo civilizatório singular. A mata, a água, a terra são elementos indissociáveis da feição espiritual, sociocultural e territorial do Acre…”

“…Nesse ambiente natural e sociocultural foi construído o projeto da FPA. Os governos da Frente Popular, em 12 anos de gestão, fizeram uma mudança profunda na formação econômica e social do Acre. Estiveram sempre atentos às manifestações e aspirações da sociedade, refletidas nas Associações de Bairros, nas Associações de Trabalhadores Rurais, nas Organizações Não Governamentais, nos sindicatos urbanos e rurais, nas Câmaras Municipais, na Assembléia Legislativa e, de modo geral, em todas organizações civis e comunidades da cidade e do campo. E inauguraram um período de equilíbrio político e postura ética na relação com o poder legislativo. O Acre tornou-se exemplo de diálogo entre governo e as organizações da sociedade…”

“…O nosso propósito é elevar significativamente a participação relativa da produção industrial na economia, por meio do estímulo ao crescimento diversificado da indústria florestal, da agroindústria e da implantação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE). O instrumento principal para essa estratégia será justamente a gestão adequada da política de investimentos e a consolidação da ZPE…”

“…Nosso governo vai estimular, com alta prioridade, a piscicultura empresarial e familiar, a criação de pequenos animais, especialmente ovinos, suínos e aves. A piscicultura tornou-se a oportunidade econômica de maior rentabilidade da produção rural….”

“…Como forma de complementar a política florestal e fazer um uso mais racional das florestas naturais, o programa de reflorestamento possibilitará ampliar o abastecimento de matéria prima às indústrias florestais e a geração de novos postos de trabalho. A meta do programa de reflorestamento é implantar 80 mil hectares. O programa, nos próximos quatro anos, implantará 32 mil hectares em quatro projetos específicos…”

“…A educação, a saúde e a segurança são fatores decisivos de desenvolvimento. Trabalharemos para manter a excelente evolução dos indicadores educacionais com a contínua melhoria da qualidade de ensino e a eficácia do esforço de alfabetização. Nos governos da FPA, o Estado do Acre saiu das últimas posições nas avaliações do MEC para ser o décimo no ranking do IDEB, de 1ª a 4ª série, em 2009, o quarto lugar, de 5ª a 8ª série, e o sétimo no ensino médio, superando estados como Rio de Janeiro…”

“…O Acre, construídas as condições normativas e infraestruturais do desenvolvimento, está diante da possibilidade de empreender o grande salto para o futuro na direção do desenvolvimento econômico com equidade social e conservação dos recursos ambientais. Cabe a esta geração de mulheres e homens de bem, empresários, políticos, intelectuais, trabalhadores, religiosos e jovens serem protagonistas dessa grandiosa e instigante missão. Não é uma tarefa pequena nem em curto tempo, mas precisamos e vamos todos continuar e intensificá-la…”

“… O nosso governo será, a um só tempo, a continuidade e a projeção para o futuro da síntese civilizatória singular do Acre. Vamos fazer avançar o desenvolvimento econômico para promover inclusão econômica e mobilidade social. Por este caminho, o governo poderá fomentar o emprego, a renda, reduzir a desigualdade social e retirar da pobreza grandes contingentes de pessoas, ampliando a ascensão na estrutura social dos segmentos mais excluídos que passarão a integrar uma ampla e fortalecida classe média, uma característica fundamental de uma sociedade desenvolvida com indicadores que denotam dignidade humana….”

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