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Oposição e situação apresentam as suas armas no debate da Aleac

Os deputados estaduais, na segunda semana de trabalho, querem mostrar para quê foram eleitos. Na sessão de ontem houve alguns momentos de troca de ironias entre oposicionistas e governistas. Wherles Rocha (PSDB) quis atacar a Segurança Pública do Estado e utilizou o líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB) como alvo preferencial. Chegou a comparar o comunista a São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis, por defender com veemência o projeto de governo da Frente Popular. 
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A comparação tem sentido para Rocha. “O Moisés tem abraçado as causas indefensáveis assim como o santo da Igreja Católica. Ele tem sofrido um desgaste muito grande por ser o único da FPA a defender coisas que são indefensáveis. Parlamentares do próprio partido do governador ficam inertes. Por outro lado, Moisés defende o Governo até onde parece impossível”, afirmou.

Indagado sobre as causas impossíveis, o parlamentar tucano enumerou: “a questão da geração de emprego e renda, segundo os próprios dados da FPA, existem 60 mil famílias no Acre que recebem Bolsa Família. Isso significa que 300 mil pessoas estão abaixo da linha de pobreza. Na realidade isso é um dado alarmante. Em 12 anos de FPA não conseguiram resolver esse problema.

Agora, no outro Acre, vendido na propaganda, não existe falta de empregos. Estou falando do Acre real e não do virtual”, disparou.
Apesar das críticas à FPA, Rocha, poupou o governador Tião Viana (PT). “O nosso papel é debater os temas que interessam a população. O Estado tem que sair da estagnação. Os centros das cidades estão muito bonitos, mas as periferias estão terríveis.

Temos a dengue atacando a nossa Capital e a malária arrasando o interior. O que nós esperamos é que o Governo comece a mudar. Não estou criticando o governador Tião Viana (PT), mas a FPA. O Tião Viana começou agora e ainda é muito cedo para uma avaliação. No entanto, o projeto da FPA precisa ser analisado”, ponderou.

Por outro lado, Wherles elogiou as mudanças da Polícia Militar nos mais recentes anos. “Não falei da PM, mas da Segurança Pública. O Estado do Acre foi o campeão brasileiro de roubos e furtos. Concordo com o líder do Governo quando afirmou que a PM melhorou. Graças a Deus, a PM está mais humana e bem mais próxima da população”, avaliou.

Moisés Diniz contra-ataca
O líder do governo não quis polemizar as declarações do oposicionista. “O major Rocha não colocou nenhum dado. Quando isso acontecer refutarei ou confirmarei conforme as informações. O deputado não fez nenhuma denuncia contra o Governo, mas contra a Segurança Pública. Ele tem que buscar mais dados e informações para poder falar as coisas”, protestou.

Quanto à questão da falta de emprego e da pobreza no Estado, Moisés Diniz contemporizou: “esse debate nós estamos fazendo na Aleac e no Brasil. Há níveis de pobreza em todos os lugares tanto que queremos nos industrializar. Mas o mesmo nível de pobreza daqui tem em Rondônia e no Pará. A grande vantagem é que temos um Governo Federal que não abandona os pobres. Nos governos passados do (PSDB) já existia a pobreza e eles eram abandonados. Hoje o nosso Governo cuida dos pobres. Estamos tendo um crescimento de renda notável tanto que os haitianos estão vindo pra cá e não pra Bolívia ou o Peru. O Brasil cresce a 5% ao ano e aqui no Acre temos dificuldades de contratar carpinteiros, eletricistas, pedreiros por causa do boom na nossa construção civil”, provocou.

Depois atribuiu à inexpe-riência o afã do deputado tucano em criticar a FPA. “Acho que ele ainda vai compreender que aqui é a Casa do debate político, mas também da cordialidade e do respeito ao contraditório. Tenho a marca de respeitar as contradições e não costumo citar nome de deputados. Só que as causas impossíveis de que ele fala a gente as torna possíveis nas eleições porque eles (a oposição) estão perdendo uma atrás da outra. Portanto, são causas possíveis”, ironizou.

Éber Machado denUncia ação truculenta do Ibama no Juruá
O parlamentar do PSDC criticou a atuação de agentes do Ibama de Cruzeiro do Sul que invadiram a casa de um ribeirinho com as armas nas mãos. “Seis agentes do Ibama chegaram na Colocação Boa Fé, no Juruá, invadiram uma casa em que as pessoas estavam comendo uma carne de jacaré para a subsistência. Obrigaram os moradores a assumirem uma carne de caça que havia sido apreendida em outro local e estava no barco do Ibama. Os agentes entraram humilhando a família de ribeirinhos. Chegaram a afastar as crianças com o cano de uma arma”, narrou.

Éber Machado promete que fará uma representação contra o abuso de poder dos agentes. “A obrigação de um agente ambiental é portar armas de maneira discreta. Estou entrando com requerimento convidando o superintendente do Ibama para que venha à Aleac esclarecer essa situação. Tenho o depoimento dos pescadores que foram humilhados e vou fazer uma denúncia também para o Ministério Público Federal”, protestou.

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