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Perpétua Almeida vai ao Caladinho e comprova situação social precária

O recado das urnas de 2010 inspirou a deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB/AC) a iniciar uma série de ações de aproximação com a população.
Perpetua
Ontem, a parlamentar pegou um ônibus no Terminal e foi para o Caladinho. Durante 40 minutos, Perpétua ouviu as histórias dos passageiros sobre os problemas que enfrentam no dia-a-dia.

“Entre as 12 que conversei oito estavam no ônibus procurando alguma ajuda por problemas de saúde. Por isso, a necessidade das ações emergenciais desfechadas pelo governador Tião Viana (PT) para ajudar numa das maiores necessidades da população”, afirmou.

Ela destacou que quando as visitas são feitas apenas durante o período eleitoral os moradores dos bairros mais problemáticos ficam desconfiados. “Durante a campanha a gente não consegue rodar todos os bairros da cidade. Alguns, como a precariedade é tão grande, parece que estou indo apenas por motivos eleitorais. Mas decidi que no meu terceiro mandato vamos estar mais próximos e ouvir mais as pessoas. É preciso saber o que está se passando pela cabeça delas e como vêem o meu mandato, a ação da prefeitura e do Governo nos bairros”, ponderou.

A trágica periferia
O primeiro destino escolhido pela parlamentar comunista foi o Caladinho. “Escolhi por ser um bairro ainda não reconhecido, fruto de uma invasão. A maioria das famílias vive lá de cinco anos pra cá. Segundo as informações dos padres e pastores no Caladinho tem em torno de 400 famílias. É muita gente e muita pobreza. Quando se passa pelas casas se vê no mínimo cinco crianças. A média é sete pessoas por residência em lugares que teriam dimensões para morar no máximo um casal e uma criança”, lamentou.

Para Perpétua a situação de risco dos moradores é notável. “A própria comunidade assumiu o bairro. Os deputados federais e estaduais, vereadores, prefeitura e o Governo precisam assumir o bairro e ajudar a resolver a pendenga jurídica com o verdadeiro dono da área. É preciso que o poder público esteja presente. É necessário um trabalho com a mulherada. Quando a gente passa pelas ruas está todo mundo em casa porque eles não têm uma alternativa de vida. A maioria dos moradores está desempregada”, salientou.

As condições de urbanização, segundo a deputada, são inexistentes. “Não existem ruas. Mesmo porque se as máquinas passarem por lá vão acabar com a precária distribuição de água potável porque as ligações são todas clandestinas. Eles mesmo que fizeram as encanações. Senti a necessidade de estarmos presentes.

No final do ano quando discutimos as emendas parlamentares quem pressiona mais é quem leva. Verificando a situação poderemos direcionar melhor as emendas para aqueles que mais precisam e não necessariamente para quem mais pede ou cobra. No Caladinho vi gente em situação de não conseguir sair de casa porque falta o mínimo necessário”, protestou.

As crianças do bairro periférico encontram-se em situação de vulnerabilidade social. “Visitei a escola do Caladinho e os professores disseram que as crianças estão ao Deus dará. Precisamos levar um pouco da ação social. Houve um trabalho contra a dengue e eles reconheceram a redução da enfermidade. Também elogiaram a presença da polícia. Um senhor até me disse: ‘Aquele doido do Tião colocou a polícia aqui dentro e funcionou’. O bairro precisa de atenção”, narrou.

O papel do parlamentar
Perpétua está questionando a ação dos políticos como representantes da população. “Fiz questão de ir de ônibus para ver as condições das ruas e ouvir as histórias das pessoas. Acho que a gente está num mandato buscando motivos para estar em Brasília. Quando olhamos aquele cenário com grandes empresários e personalidades importantes da sociedade, ex-governadores, ex-prefeitos nos sentimos pequenos.

Temos que fazer jus ao mandato que não é nada mais do que uma representação popular. Todos nós temos que fazer o caminho até a população para entender qual é o nosso papel e quais são as necessidades das pessoas. Acho que todas as lideranças da FPA têm que fazer isso. O resultado eleitoral nos leva para a obrigação de tomar atitudes como essas”, desabafou.

Para concluir, Perpétua Almeida prometeu a cada 15 dias visitar novos bairros da Capital. “Depois vou me reunir com as secretarias que possam resolver os problemas das comunidades. No caso do Caladinho teremos que sentar com o Deas, o Saerb e a assessoria jurídica da prefeitura. Nos outros bairros as situações serão diferentes”, finalizou.

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