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A revolução cultural no Acre

Cultura (do latim cultura, cultivar o solo, cuidar) é um conceito desenvolvido inicialmente pelo antropólogo Edward Burnett Tylor para designar o todo complexo metabiológico criado pelo homem. São práticas e ações sociais que seguem um padrão determinado no espaço. Tudo o que surge por ação do  ser humano, condicionado por uma “segunda natureza”. Assim, a cultura de um povo se constrói ao longo de gerações, num processo contínuo que vai marcando os passos da sociedade. Em Rio Branco, no Acre, acontece fenômeno impressionante. Decorridos doze anos de administração do Partido dos Trabalhadores, o PT, a cidade ganha ar de cidade. Foi numa velocidade espantosa: ruas, rodovias, avenidas, anéis viários, prédios, passarelas, praças, escolas, bibliotecas, teatros, museus, hospitais, espaços públicos, tudo ganha nova dinâmica, com encanto, beleza, majestade. É o talento do senador Jorge Viana, a técnica do ex-governador Binho Marques, a dedicação, a paixão e o saber do então governador Tião Viana. Esse trio empreendeu verdadeira revolução depois daquela de Plácido de Castro, tarefa laboriosa de três eminentes personagens. E nesta revolução o diplomata maior tem um nome: Jorge Viana. Esse senhor fez nascer a florestania e florescer o telúrico nas terras de Galvez.

Indaga-se, agora, como a mega estrutura física de Rio Branco integra-se às redes sociais. Isso porque não se faz mudanças por elas mesmas, mas para atender anseios so-ciais. Não se separam, em hipótese alguma, a vertente física daquela social. É tudo para o bem coletivo, para não haver segregação, mas uma complementaridade, como uma grande sinfonia social. Essa lição deve ser refletida, estudada, trabalhada.

O fato real é que entre os anos de 1998-2010 a população adquire novos hábitos. Antes a cidade era triste, maltratada, em todos os aspectos. Hoje, com tantas mudanças, a população também mudou os hábitos: faz caminhadas no Parque da Maternidade; cruza a cidade de carro, entre as margens do rio, por modernas pontes; avista avenidas arborizadas e iluminadas; pedala em ciclovias; visita centro histórico; assiste futebol no arena da floresta; visita bibliotecas; parques; frequenta escolas modernas; trabalha em repartições públicas bem cuidadas; avista a cidade de frente para o rio. Fantástico!
No réveillon, uma apoteose, a população nas ruas, todos bem vestidos para a grande festa: ver raiar o novo ano, a queima de fogos, o espetáculo que faz do Ano Novo um dos momentos mágicos do ano. É uma transformação tão profunda que deve ser estudada pela Psicologia, Filosofia, Antropologia, Sociologia. Um verdadeiro fenômeno. E, agora, um novo governo que nasce sob a benção de todas as crenças, houve até pajelança. Momento lindo!

Entendem-se essas bruscas transformações como uma nova forma de pensar e de sentir a cidade, a vida, a política, a forma de governar. Essas transformações causaram um impacto singular nos costumes de toda gente. E todas essas modificações exigiram a reestruturação do pensamento e da sensibilidade humana, o valor pela terra, o orgulho de ser acreano, um fenômeno primordial para a compreensão das relações das pessoas com o meio, as produções, os avanços, o moderno.

A vida moderna é alimentada, como afirmam muitos escritores e teóricos, pela crescente modernização. Essas mudanças vertiginosas, sem precedentes, que configuram a cidade, com nova roupagem, só podem ser comparadas aquelas descritas por Baudelaire, quando fala dos bulevares e dos salões pa-risienses, dos cafés iluminados, da moda, das lâmpadas elétricas, do telefone, do telégrafo, do avião, dos prédios, enfim, do surgimento de uma nova cidade, com hábitos novos.

Percebe-se, assim como Baudelaire, Poe, Eça de Queirós e tantos literatos que estudam a alma e o comportamento humano, que somente forças supremas são capazes de alterar costumes, hábitos, fazer nascer nova vida,  uma nova cidade, sem que a população perceba que tudo se modificou para melhor. É preciso olhar esse novo cenário, os costumes, os hábitos, os valores e agradecer aos três personagens, vultos maiores de nossa história: Jorge Viana, Binho Marques, Tião Viana. Obrigada, ilustres senhores!

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