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Aprovados no vestibular são ouvidos por deputados e recebem apoio

l Ufac adiou início do ano letivo para calouros até que o processo esteja concluído
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Duas mil e trinta pessoas querem exercer o direito de cursar a faculdade escolhida e para a qual foram legitimamente aprovadas no Vestibular 2011 na Universidade Federal do Acre. Os depoimentos de alguns deles foram ouvidos terça-feira pelos deputados estaduais após intervalo do pequeno expediente. Dezenas de outros candidatos aprovados aguardavam no plenário da casa. Eles deixaram claro que o que faziam não era protesto e sim uma manifestação para sensibilizar os parlamentares e a sociedade para o fato de que a aprovação da maioria é legítima. Os deputados declararam apoio ao grupo. O DCE se reúne nesta manhã no auditório da Ufac para também formatar ações de ajuda aos candidatos.

Para fazer valer o direito de realizar o sonho de ingressar em uma universidade federal jovens e adultos de vários municípios do Acre, incluindo a zona rural, e de outros estados querem ser ouvidos. Convocados por meio do microblog Twitter e redes sociais como Orkut e Facebook eles compareceram em número significativo na Assembléia Legislativa. Como Joacenir Rodrigues, que passou em quarto lugar para o curso de Matemática na quinta tentativa. Deixou o emprego no ano passado para se dedicar aos estudos, ele que cursa Filosofia em uma faculdade particular.

Agora desempregado soube que o início do ano letivo, que começaria no dia 14 de março, foi suspenso até que o processo esteja concluído. Em nota ofi-cial, a Universidade Federal do Acre, esclarece que cumpre decisão de ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal em que defere antecipação da tutela pleiteada por cerca de duzentos candidatos prejudicados para suspender o resultado do vestibular 2011. A universidade busca junto à Procuradoria Federal no Estado do Acre medidas judiciais para tentar reverter a decisão.

Maria Mariana Moura, 17, anos entrou na Ufac no 18º lugar. Não se conforma com a decisão do MPF, mas em nome de todo o grupo diz que ninguém está contra as instituições ou os candidatos que contestam o resultado do concurso. “Só queremos ter o direito de cursar a faculdade para a qual nós nos preparamos, estudamos. A vaga é nossa por legitimidade. Muitos aqui abriram mão de muitas coisas, não tem condições financeiras, lutaram por isso”, diz a jovem que recebeu dos deputados o compromisso de sensibilizar a bancada federal do Acre para a questão. A deputada Perpétua Almeida (PCdoB) afirmouu em discurso proferido na Câmara Federal na terça, 1º, que a decisão foi tardia e que “não se pode corrigir uma injustiça cometendo outra ainda maior”.

Moises Diniz, líder do governo na Aleac, alertou para a dificuldade da luta e propôs aproveitar esta quinta-feira para verificar de perto o problema junto ao MPF e à reitoria da Ufac. “Ainda ontem a Ufac trabalhava um recurso para cassar a liminar, portanto, neste caso está ao lado de vocês. Portanto, cabe à Justiça e à Ufac resolver o problema dos 200 que foram impedidos de fazer a prova sem prejudicar os que fizeram e foram aprovados”, argumentou Diniz. A assessoria do MPF informou que o procurador regional dos direitos do cidadão Ricardo Gralha Massi, responsável pela ação, está na região da fronteira para ver de perto a situação dos haitianos.

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