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Delegado Bayma diz que sua prisão foi ‘precipitada’ e clama por justiça

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Carlos Bayma: “disseram que eu corrompi. Quero provas”

O delegado Carlos Bayma contou os dias, horas e minutos em que esteve preso no quartel da Polícia Militar, acusado de coação de testemunhas no caso ‘Pinté’, após investigação realizada pela Polícia Civil. Preso no dia 11 de março de 2011, ele se diz vítima de ‘injustiça’ e afirma que teve o seu direito de defesa negligenciado. Bayma está afastado da função de delegado, que exercia há 16 anos. Na segunda-feira, ele entrou com requerimento para gozar um de seus 5 períodos de férias vencidos.

Ao lado do advogado Sérgio Farias, ele conta que seus colegas policiais se precipitaram ao pedir a sua prisão e faz questão de destacar os quatro passos da investigação criminal que, segundo ele, lhe foram negados. “Ouvir o acusado, ouvir as testemunhas, se houver dúvidas fazer uma acarea-ção e ainda realizar um termo de reconhecimento. Não me deram esse direito. Quando foram me ouvir, eu já estava preso. Estou revoltado com a prisão a mim atribuída”.

Ele nega que  tenha coagido ou corrompido as 11 pessoas que ouviu em depoimento na Delegacia da 2ª Regional, da qual era titular, acompanhado do policial aposentado Manoel Cirino, responsável por encaminhar estas pessoas até ele.

O delegado afirma que foi procurado por Isaque do Lago, para fazer uma investigação e que não sabia do teor dos depoimentos já realizados no caso Pinté, assassinado no ano passado. Após ouvir um CD com alguns destes depoimentos, resolveu acompanhar o caso.

“Pensei que o que eu estava fazendo não ia dar problema. A minha intenção era fazer justiça, porque pelos depoimentos que eu ouvi, as pessoas que estavam presas eram inocentes. Eu nem sabia que o processo já estava concluído”, defende-se e inocenta também o policial aposentado Manoel Cirino, afirmando que não acredita que ele tenha coagido as testemunhas.

No dia 2 de março, o delegado Carlos Bayma enviou uma cópia do relatório com os depoimentos  para o delegado-geral de Polícia Civil, Emylson Farias. “Tudo o que ouvi está lá. Disseram que eu corrompi. Quero provas”, diz ele, revelando que a prisão abalou sua família e que agora sente uma ‘angústia imensa pela injustiça sofrida’, ao mesmo tempo em que declara estar com a consciência tranqüila de sua inocência. “Não tenho um pingo de consciência pesada. Não fiz nada de errado”.
O delegado Bayma responde o processo em liberdade e aguarda a conclusão do inquérito para saber se o MPE irá ou não oferecer denúncia.

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