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Despejados, os haitianos estão dormindo ao relento

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Grupo de haitianos espera receber o primeiro salário

Um grupo de 10 haitianos está dormindo em praças e prédios públicos, depois de serem despejados do hotel onde estavam hospedados, nas proximidades da Rodoviária de Rio Branco, no Segundo Distrito. Assessores da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) disseram que os refugiados já estariam trabalhando, o que não justificaria a manutenção do pernoite. Eles já estão portando o documento de permanência, carteira de trabalho e CPF.

A reportagem de A GAZETA encontrou 4 deles trabalhando em uma empresa, nas proximidades do Centro da cidade. “A gente esperava pelo menos receber o primeiro salário”, disse um deles, que pediu para não ser identificado.

Quanto ao fornecimento de alimentação, eles disseram que foram doadas cinco cestas básicas pelo Governo do Estado. “Não temos nem panela”, retrucou outro, dizendo que está comendo na casa de um colega de trabalho.

O assessor da Sejudh, Hildo Montysuma, afirmou que há um ‘certo exagero de algumas pessoas’. A seu ver, o poder público dotou os haitianos de todas as condições que poderiam ser dadas para refugiados. “A título de exemplo, cerca de 40 deles foram para Rondônia e já estão trabalhando. Os que ficaram aqui o fizeram por opção”, esclareceu ele, informando que ontem chegou uma equipe de Brasília e que já estaria na fronteira.

Ao ser informado da situação, um dos representantes do Comitê para Refugiados, Abraim Farhat Neto, criticou os órgãos públicos estaduais e o Ministérios das Relações Exteriores, amea-çando acionar a Organização das Nações Unidas (ONU). “Este é um problema do Brasil e do Mundo. A gente está acolhendo esses irmãos, mas precisamos de auxílio urgente”, disse o ativista.

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