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Governador faz visita ao Hosmac e garante ampliação nas instalações e no atendimento

 

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Governador Tião Viana foi recebido pelo doutor José Paulino, em visita ao Hosmac
Quem conheceu o Acre que existia há pouco mais de uma década deve lembrar que um dos retratos mais deprimentes da saúde pública era o Hospital de Saúde Mental do Acre (Hosmac). O lugar era deprimente, sujo, fétido e não parecia um local onde pes-soas eram tratadas. Pelo contrário, não precisava ser especialista para saber que poucas eram as chances de alguém ter alguma recuperação ali.
Esse era o Hosmac do passado. O Hosmac de hoje é outro e pode ser considerado o local onde mais se avançou na humanização. A partir do primeiro governo de Jorge Viana (1999/2002), aquela unidade de saúde passou a receber maior atenção. A edificação sofreu reforma, a área externa recebeu um jardim, foi construído estacionamento e a equipe liderada pelo médico psiquiatra José Rosa Paulino iniciou um processo irreversível que está levando o Hosmac a se tornar um hospital diferenciado, onde a direção, equipe médica e equipe técnica se dedicam pela qualidade do atendimento.

Na manhã de ontem, 17, o Hosmac foi visitado pelo governador do Estado, Tião Viana. Ele foi recebido pelo doutor Paulino, pelos demais médicos e pelos funcionários da instituição. Viana conheceu as dependências do hospital, conversou com pacientes e, ao final, manteve reunião com toda a equipe de trabalho, oportunidade em que ouviu as reivindicações e falou sobre as ações de governo para a melhoria da saúde no Estado.

Uma das surpresas que teve o governador foi o fato de as reivindicações feitas por médicos e funcionários terem sido voltadas para o atendimento e para a ampliação e reforma do espaço do hospital. “Essa é uma prova de que a humanização está em estágio bem mais avançado aqui no Hosmac. Em outros locais, as primeiras reivindicações são voltadas para a questão salarial. Já aqui, os profissionais põem em primeiro lugar o atendimento aos pacientes”, elogiou o governador.

Apesar de as questões salariais terem sido colocadas em segundo plano, Tião Viana não se furtou em falar do assunto. Ele disse que desde o dia 1º de janeiro a equipe econômica do governo estuda propostas de melhorias salarias e que essas propostas devem ser colocadas em negociação com os servidores já a partir de abril próximo, quando acontece a data-base dos servidores da Saúde.
O doutor Paulino lembrou que o processo de humanização se deu a partir do momento que a unidade deixou de ser um “depósito de pes-soas” com a saúde mental abalada. Apesar de ainda haver internos, a equipe do hospital tem procurado tratar os pacientes e mantê-los próximos dos seus familia-res. As internações são curtas e os pacientes são liberados logo que o estado deles não oferece risco para eles ou para as famílias.
O Hosmac está equipado com emergência psiquiátrica, possui 64 leitos e uma equipe de 12 médicos, sendo que três são psiquiatras. O hospital tem um moderno consultório dentário, onde, inclusive, é feito tratamento estético, destacando-se o clareamento a laser.
É consenso entre todos do Hosmac de que é preciso ampliar a capacidade de atendimento ambulatorial. De acordo com o médico Paulino, a unidade tem capacidade para pouco mais de 1,7 mil atendimentos por mês, mas já trabalha como mais de 2,7 mil atendimentos. “E a cada mês esse número de atendimento cresce algo em torno de 80 a 100 atendimentos”, disse Paulino.

Uma das formas de resolver esse problema seria promover o atendimento em saúde mental a partir das unidades primárias de saúde, ou seja, os postos de saúde. Essa proposta foi apresentada ao governador pelo psicólogo Fabiano Guimarães de Carvalho, que é membro da Associação dos Pacientes e Amigos da Saúde Mental do Acre (Apasama). Ele sugere que as equipes que atuam na saúde primária recebam capacitação para o atendimento em saúde mental. “Esse tipo de atendimento contribuiria para reduzir a demanda no Hosmac, como também a recuperação mais rápida do paciente, haja vista que ele estaria mais perto de seu bairro e contaria com maior apoio familiar”, disse o profissional. “Elaborem um projeto para operacionalizar essa capacitação, que o governo do Estado custeia”, assegurou Tião Viana.
A assistente social Valdenízia Oliveira demonstrou preocupação com a habitação de alguns pacientes. Ela contou que há um pequeno número deles que está interno do Hosmac por não ter família nem onde morar. Ela solicitou ao governador que fosse analisada a possibilidade de inserir esses pacientes nos programas habitacionais, o que lhes daria uma qualidade de vida bem maior. (Agência Acre)

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