Governo não explica motivos das obras inacabadas e invasores falam em “resistência”
Dispostos a resistir a uma iminente reintegração de posse, os ‘invasores’ do Conjunto Habitacional Ilson Ribeiro II, no bairro Calafate, não saíram das casas, ocupadas desde segunda. Cerca de 30 policiais militares acompanham a movimentação. A comunidade cobra uma solução para o impasse e denuncia abusos e intimidações policiais. Até o fechamento desta edição, o clima era tenso no local.
Com infra-estrutura ainda incompleta, as casas, segundo os ocupantes, estavam abandonadas. Há quase 2 anos sem conclusão, a empresa responsável teria suspendido as obras por falta de pagamentos. A reportagem de A GAZETA não conseguiu fazer contato com os técnicos da Secretaria Estadual de Habitação (Sehab), órgão responsável pelo empreendimento.
O local, ainda conforme os moradores, teria se transformado em ‘refúgio’ de viciados. Também foram achados inúmeros criadouros do mosquito da dengue. “Enquanto o governo fica fazendo propaganda na televisão, a gente não tem onde morar. Aqui, todo mundo é pobre”, desabafou o autônomo André Silva Cunha, assegurando que quase todos os ocupantes já fizeram cadastramento.
O desempregado José Sabino dos Santos Machado, que tem um lado do corpo paralisado, denuncia que já foi ‘jogado embaixo’ por uma coronel da PM. Ele morava com a sogra num sítio, na Estrada Transacreana, e veio ocupar uma das casas. “Sou trabalhador e pai de família”, protestou. Ele estava acompanhado da mulher e dos 4 filhos.