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Itamaraty contata outros países para evitar entrada irregular de haitianos

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Peru e Equador teriam sido contatados para evitar entrada descontrolada de haitianos

Para evitar que os haitianos e outros imigrantes adentrem o Brasil em busca de sonhos e acabem caindo em situações de alto risco social, o Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) começou a estabelecer contatos com setores alfandegários de outros países sul-americanos. A meta é encontrar alternativas para conter a entrada descontrolada de haitianos pelos estados brasileiros de fronteira, como o Acre. Entre os contatados estão Equador e Peru, que são nações que compõem a rota principal dos imigrantes do Haiti.

Com tal iniciativa, a estratégia do Itamaraty é solicitar que os países vizinhos enrijeçam seus mecanismos de controle, impedindo que estrangeiros não legalizados devidamente na sua terra de origem consigam criar rotas de acesso até o Brasil. Ou seja, os fluxos de imigrantes ilegais (como é boa parte dos haitianos que vêm chegando aqui desde 2010) seriam ‘barrados’ no meio do caminho e mandados para casa antes de adentrar o Brasil.

Vale destacar que tal plano conjunto de ampliar a fiscalização nas rotas não visa impedir a entrada dos haitianos no Brasil. O objetivo do ministério é garantir que eles só venham pra cá após adquirir o visto legal,em seu país, de que possam vir, morar e trabalhar aqui. Através da regularização – processo que a maioria dos haitianos busca quando já está em solo brasileiro – o Governo Federal poderia controlar melhor a vinda deles e até oferecer meios de acomodá-los e chances para aproveitar bem o potencial da sua mão-de-obra.

A medida estudada pelo Itamaraty também visa maneiras de frear o transporte ilícito de haitianos pelo continente, definindo minuciosamente quais as rotas que eles estão usando para vir do Haiti até aqui. Desde que chegaram os primeiros grupos, em meados do ano passado, entrando pelo Amazonas, vários caminhos (e vários meios de transporte) estão sendo traçados. Hoje, o Acre, através dos municípios de Brasiléia e Capixaba, fronteira com o Peru, é o estado que está servindo como a principal porta de acesso deles ao país.

No geral, as rotas começam partindo da capital do Haiti, Porto Príncipe, até os portos de Santo Antônio, República Dominicana. De lá, os imigrantes cruzam todo Mar do Caribe e aportam na américa latina pela Cidade do Panamá, dentre outras do litoral panamenho. Daí, tomam diversos rumos no Equador e no Peru até chegar aqui, percorrendo mais de 5.500 Km, com custos de cerca de U$ 1.000 (dependendo do meio de transporte usado).
Uma rota alternativa seria a saída de Santo Antônio, de avião (imigrante regularizado), direto para Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia, vindo depois de algum deles pra cá.. Como a idéia do Itamaraty é controlar o ingresso dos irregulares, esta não é uma rota tão preocupante, exceto pelo caso de um grupo de haitianos ilegais que já conseguiu a entrada por Foz do Iguaçu.

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