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Nível de ocupação recua, mas desemprego cairá mais, diz Dieese

O nível de ocupação nas sete regiões metropolitanas pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) caiu 0,6% em fevereiro ante janeiro. A eliminação de 123 postos de trabalho e a saída de 96 mil pessoas da População Economicamente Ativa (PEC) resultaram num acréscimo de 27 mil desempregados. Com isso, o número de trabalhadores na ativa passou de 19,785 milhões em janeiro para 19,662 milhões em fevereiro.


Na comparação com fevereiro de 2010, houve uma elevação de 2,9% no nível de ocupação, mas a variação foi a menor dos últimos 12 meses, segundo pesquisa de emprego e desemprego divulgada nesta quarta-feira pelo Dieese e pela fundação Seade.


Apesar da segunda queda consecutiva – em janeiro, o nível de ocupação recuou 0,8% – e da redução do ritmo de crescimento da população ocupada, o Dieese e a fundação Seade consideram que não há motivo para preocupação e que as taxas de desemprego irão seguir em trajetória de queda.

“A queda é sazonal. Em janeiro e fevereiro há sempre uma redução no nível de ocupação, pois é um momento de constituir expectativas”, afirma o economista do Seade, Alexandre Loloian. “Tudo indica que a taxa de desemprego manterá uma tendência de queda e que caminhe para abaixo de dois dígitos”.


“O desemprego continuará a cair em 2011, mas em velocidade menor do que em 2010”, completou o economista Sérgio Mendonça, do Dieese,

A taxa de desemprego passou de 10,4% em janeiro para 10,5% em fevereiro no conjunto de regiões onde a pesquisa é realizada. É a menor para meses de fevereiro desde 1998. Em razão do recuo da PEA, o aumento do número de desempregados em 27 mil pessoas foi considerado uma situação de estabiliade.

Loloian destaca que o cenário de crise internacional, de troca de governo, de retomada da inflação e de elevação dos juros contribuem para elevar o “ambiente de incertezas” – o que acaba influenciando o mercado de trabalho.


Para Sérgio Mendonça, com a economia do país crescendo em ritmo menor, é “natural” que o nível de ocupação avance com uma velocidade menor. “Acho que o PIB vai crescer um pouco mais de 4%, mas é evidente que com um PIB crescendo menos que os 7,5% de 2010 a ocupação vai cair”, afirma.


Segundo ele, porém, os níveis atuais de ocupação continuam expressivos e o país passa por um “movimento virtuoso”. “Para uma população economicamente ativa que está crescendo menos de 1%, é certamente uma situação que conduz à queda do desemprego”, destacou o economista.

De acordo com a pesquisa, de fevereiro de 2010 a fevereiro de 2011, foram criadas 545 mil ocupações nas sete regiões, número superior ao da entrada de pessoas no mercado de trabalho (73 mil), o que resultou na retração do contingente de desempregados em 471 mil pessoas.

Em termos setoriais, o nível de ocupação no período aumentou nos serviços (3,1% ou 314 mil postos de trabalho), na indústria (5,3% ou 155 mil postos), na construção civil (7,3% ou 88 mil postos) e no comércio (1,2% ou 39 mil) e diminuiu no agregado outros setores (3,2% ou 51 mil).

Já no mês de fevereiro, apenas o agregado outros setores registrou crescimento (1,7%). O nível ocupacional caiu 0,6% nos serviços, 2% no comércio, 0,6% na construção civil e 0,3% na indústria. (G1)

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