Somos nós, brasileiros, capazes elaborar um plano que se torne referência mundial em prevenção de catástrofes climáticas? O “sim”, num tom de extremo otimismo compartilhado por parlamentares de vários estados, foi dado como resposta pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB), presidente da primeira comissão política instituída para apontar diretrizes que minimizem os efeitos de tragédias naturais.
Em discurso no grande expediente, durante sessão ordinária da Câmara Federal, na tarde desta segunda-feira, a deputada acreana apresentou os eixos prioritários que a comissão deve seguir, cuja premissa central, dentre outras, é “poupar vidas economizando recursos, o que não será possível sem a reestruturação urgente do atual plano nacional de defesa civil, implementação de brigadas voluntárias nos bairros, envolvimento da comunidade, universidades, clubes e forças policial (até mesmo o Exército).
A deputada propôs vigilância ao Orçamento Geral da União, a fim de alterar a lógica de que os custos para a reconstrução de cidades são maiores do que a prevenção e a conscientização de possíveis vítimas, sejam elas habitantes rurais ou urbanas – com o agravante de que as tragédias na produção agrícola e a pecuária desfalcam ainda mais a economia dos municípios. “Se um mínimo sistema de alerta estivesse em funcionamento, não teríamos tantos dissabores”, lembrou.
Perpétua sugere reforçar os investimentos em ciência e tecnologia (centros de pesquisa e monitoramento), aprimorando serviços que cheguem mais facilmente a comunidades vulneráveis, e intensificar a educação ambiental que já existe nas escolas de ensinos médio e fundamental. “O Brasil que se afirma em franco desenvolvimento econômico não pode ficar à mercê de surpresas quando temos condições para rápida prevenção”, disse.
“Não devemos cultivar solidariedade apenas nos velórios e nos prejuízos patrimoniais. Esta não será uma agenda de governo, e não pode ter cor ideológico-partidária. Será uma ação de estado, que envolva a todos e obrigue os gestores a cumprirem o seu papel de cuidar da sociedade”, finalizou a deputada, que elogiou a decisão da presidenta Dilma Roussef de contratar consultoria externa para estudar a segurança nas usinas nucleares de Angra dos Reis.
As prioridades começaram a ser definidas numa audiência da comissão, capitaneada pela deputada acreana, com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, na última semana. (Assessoria)