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Se a vida de um rio se mede pela consciência do povo, então, por quanto tempo o Rio Acre viverá?

Quem semeia as margens de um branco rio, um dia desvendará o enigma das ativas nascentes e se banhará numa fonte totalmente despida da crueldade humana. Arquiteta, ergue e edifica memoráveis muros de prosas e versos genuinamente de circunstâncias cultas que, somente a branca várzea unifica e acolhe entre os limites do templo das águas.

A semente quando germina da literatura movida pela aquarela do coração, reúnem clássicos rios, alguns de forma culta, outros de horizonte linear, contudo, mesmo aqueles que vivem pelo fio, ainda assim, encanta olhares que disfarçam a desagradável aparência, oriunda por excelência da violência histórica, que limita a humanidade no seio de seus ecossistemas naturais.
Despida de aparência enganadora, as águas entoam do banzeiro um banho de arte que somente os rios são capazes de produzir, sem se importar se são por excelência, um céu aberto, e por isso, sabem que vão sofrer mais e mais, até que a humanidade descubra seu verdadeiro valor sócio econômico, ambiental e cultural.

Mas, enquanto o tempo da conservação e da preservação não chegar para os rios, vou semeando nos lares, a aguda nota do verbo CUIDAR, sempre no tempo objetivo, sem corte ou recorte da nossa omissão. O que mais querer de um rio, que lamina de ouro as margens côncavas e convexas da nossa esperança, e que um dia nos fez deslizar para o encontro das águas? É como discorrer sobre o inefável enigma da emoção que, nunca ata ou desata os “nós” que nos levam a perenidade.

Recordo os contraditórios discursos, proferidos sobre as águas do Rio Acre em 2005, chegava dá arrepio frio na gente até hoje nadam contra a correnteza do rio e não conseguem fixar o pêndulo da verdade, nem no passo, e nem no compasso da melodia que, ainda se ouve no embalo da catraia que ruma para os rios do futuro.

E o tempo dos rios? O tempo dos rios, ainda é aquele em que Pedro batizou Jesus Cristo. O tempo dos rios, nem deveria passar! Por quê? Vejam as flores e as plantas, elas nunca passam, estão sempre verdes, florindo as margens do nosso lugar, para a humanidade viver sem chorar.

“As flores e as plantas, elas nunca passam, estão sempre verdes, florindo as margens” do nosso lugar”

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