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Tião Viana participa de soltura de quelônios no rio Abunã

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Com patinhas ágeis e fortes, tracajás e iaçás correm para a liberdade ganhando o rio Abunã como presente. No último sábado, 26, 2,5 mil quelônios foram soltos pela Associação SOS Quelônios, uma organização não-governamental que há 11 anos luta para repovoar o rio com espécies que poderiam estar extintas não fosse o trabalho voluntário e de conscientização que vem sendo realizado por algumas iniciativas.


O governador Tião Viana, que participou da soltura dos animais, assinou no sábado, na sede do projeto SOS Quelônios, localizada no seringal Porto Dias, um termo de cooperação técnica envolvendo a Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac), a Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) e a Polícia Ambiental. O termo não específica valores, mas garante assistência técnica e apoio para o trabalho de coleta dos ovos e soltura dos filhotes de tracajás e iaçás no médio Abunã.


É no seringal Porto Dias que está uma das maiores árvores acreanas, que ganhou um abraço simbólico do governador Tião Viana, senadores Aníbal Diniz e Jorge Viana, secretários, assessores do governo, estudantes, voluntários e ambientalistas.


O projeto, que beneficia diretamente 150 famílias, teve início quando Antônio Abrãao, coordenador da iniciativa, se deu conta de que já não era comum encontrar quelônios no rio Abunã. O trabalho anual começa em agosto, quando tracajás e iaçás estão no período de desova e deixam seus ovos nas praias.


A equipe do projeto recolhe todos os ovos e os transfere para um tabuleiro, uma praia base, onde eles levam cerca de 90 dias para eclodir. Os filhotes são recolhidos e levados para tanques, mas, antes, passam por uma enfermaria e, se preciso, uma UTI, a primeira criada na Amazônia.


“Sem esse trabalho é provável que já não existissem mais quelônios ao longo do Abunã. Hoje nós estimamos que os primeiros filhotes soltos já estão desovando. Agora, as dificuldades são imensas para realizar um projeto como esse, que exige pelo menos R$ 80 mil para ser executado. É fácil ter uma equipe voluntária por um período, mas garantir 11 anos de trabalho tem sido uma missão árdua, recompensada pelo serviço que prestamos à natureza”, disse o coordenador da Ong.


Para o governador Tião Viana, o projeto desenvolvido pela comunidade reflete uma visão de amor ao ambiente em que vivemos, que é a floresta. “A Amazônia é um jardim de Deus. Aqui nós temos uma área preservada, a universidade vem pra cá fazer pesquisa, temos uma das maiores árvores do mundo, e essa família resolveu vir para cá adotar esse projeto e já chegou a libertar 24 mil animais num único ano. Esses quelônios terão um destino diferente, de preservação e reprodução, vão servir de alimento”. Tião lembrou da ligação afetiva que tem com a região: “Aqui, do outro lado do rio Abunã, no seringal São Gabriel, minha mãe nasceu, há 85 anos. Esse ambiente mexe com a sensibilidade e com o sentimento de amor que nós temos”. (Agência Acre)

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