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Delegado é preso acusado de coagir testemunhas no caso Pinté

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Em coletiva, delegado-geral falou da ação que resultou na prisão dos acusados

O delegado Carlos Bayma, titular da 2ª Regional; o agente de polícia aposentado, Manoel Araújo Ferreira, o Ma-noel Cirino, e Paulo César Ferreira de Araújo, o Paulinho, pai do ex-prefeito de Acrelândia Carlos César Ferreira de Araújo, foram presos ontem acusados de interrogar e coagir testemunhas de acusação da morte do ex-presidente da Câmara de Vereadores do município, Fernando José da Costa, o Pinté, assassinado no quintal da casa dele em maio do ano passado. O delegado Bayma ouvia as testemunhas fora de sua circunscrição acompanhado do agente de polícia a mando do pai do ex-prefeito do município. Algumas dessas testemunhas denunciaram o caso ao Ministério Público Estadual que requisitou a instauração de inquérito policial. O caso era investigado pela Polícia Civil há cerca de um mês.

A instrução criminal do processo que apura a morte de Pinté que deveria ter início ontem, 14, foi adiado pelo juiz Gilberto Araújo, de Acrelândia, para o dia 22 de março. A transferência da data ocorreu devido a questões judiciais que impediu a intimação das testemunhas de defesa de um dos acusados, o ex-prefeito Carlos Araújo, em tempo hábil para a audiência que seria rea-lizada ontem. O corregedor-geral de Polícia Civil, André Monteiro, que participou de entrevista coletiva ao lado do delegado geral de Polícia Civil, Emylson Farias e do presidente do inquérito policial, delegado Karlesso Nespoli, afirma que, em fase processual, as testemunhas só poderiam ser ouvidas e interrogadas no foro da comarca de Acrelândia. “Nossa preocupação é com a necessidade do caso seguir seu curso normal, sem prejudicar o andamento do processo. O delegado não poderia ter assumido dessa forma o caso”, diz o corregedor.

Considerado de alta complexidade, o inquérito levou seis meses para ser concluído e realizou investigação minuciosa que incluiu perícia contábil. Além do ex-prefeito do município e do pai dele, também são acusados de envolvimento na morte de Pinté, a mãe do ex-prefeito, ex-tesoureira da Câmara, Maria da Conceição, os secretário municipais de Educação, Joaba Carneiro da Silva, e de Administração, Jonas Prado. Todos estão detidos no presídio Francisco d’Oliveira Conde como também os dois homens acusados de terem disparado os tiros contra Pinté, Jhonata Silva e Francisco Gonçalves.

O delegado geral Emylson Farias reconhece que não foi fácil efetuar a prisão do delegado Carlos Bayma, mas necessário para que não houvesse dúvida da idoneidade das ações da Polícia Civil no Estado. “Tivemos que cortar na carne, não foi fácil, mas ninguém está acima do bem e do mal”, diz. Paulo Araújo Ferreira e Manoel Cirino serão indiciados como co-autores no crime de coação de testemunhas.
O advogado de defesa dos acusados pela morte de Pinté, Sanderson Moura, teve sua prisão solicitada na manhã de ontem, mas o pedido foi indeferido pelo juiz Gilberto Matos. Sanderson afirmou que esta seria uma “tentativa de intimidar e querer enfraquecer o advogado”. Em seu blog na internet (http://sanderson moura.blogspot.com) o advogado se manifesta e critica os delegados envolvidos no caso e afirma que “atua na defesa dos acusados do caso Pinté livre de qualquer medo, com a consciência clara do dever, da moral”.

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