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Aleac repudia ofensas de médica em posto de saúde contra deputado

 

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O caso ainda vai dar muito que falar. Ontem na Aleac a maioria dos deputados se solidarizou com Jamyl Asfury (DEM) por conta das ofensas proferidas por uma médica no Posto de Saúde, Barral y Barral, na Capital. O parlamentar teria levado o seu filho de 20 anos de idade para ser atendido na unidade no último sábado com suspeita de dengue. Segundo ele, as duas médicas de plantão chegaram duas horas atrasadas criando um clima de protesto entre os cerca de 40 pacientes que esperavam pelo atendimento.

Jamyl Asfury contou o ocorrido: “um atraso de meia hora na saúde pública é muita coisa imagine então de duas horas? Quando as pessoas observaram que eu sou um representante público elas viram a esperança de mudar a situação e protestaram. A médica Elisandreia levou mais na brincadeira. A segunda médica, Eliene Silva, passou para a sala da administração e quando voltou se referiu diretamente a mim por ter me reconhecido como político. Disse que tudo era uma palhaçada e me perguntou se eu não tinha nada o que fazer e que na Aleac só tinha vagabundo. Acabei sendo vítima de um preconceito contra os políticos em geral”, narrou.

Indagado se o ocorrido teria alguma conotação política por ser um deputado de oposição, Jamyl negou. “Não teve nada com questões políticas. Já colhi informações que essa senhora foi ameaçada de morte por um pai que se sentiu muito maltratado por ela. Tem a história de um secretário municipal que também foi destratado. Ela já tem um histórico e veio com arrogância se colocando em posição de vítima. A direção do posto me perguntou se seria o caso de compreender algumas coisas. Mas quem chega numa unidade de saúde para ser compreendido é o paciente e não o médico”, protestou.

Medidas jurídicas
O parlamentar falou das ações que a Aleac desencadeará por conta das ofensas ao Poder Legislativo. “Estará acionando essa mulher nas formas legais e eu também farei o mesmo. Fiz uma representação no Conselho Regional de Medicina (CRM) porque isso não é um caso isolado. Agradeci a Deus por ter acontecido comigo que sou um parlamentar e tenho voz para me defender. Se tivesse acontecido com um cidadão comum passaria no vazio como tem passado”, adiantou.

Humanização
Jamyl Asfury também fez uma reflexão sobre a questão da melhoria do atendimento da saúde pública no Acre. “Quando se fala na humanização da saúde não se pode tirar a responsabilidade das pessoas. Quero incluir o Poder Legislativo para sejamos mais atuantes nessa área. O Poder Executivo vem tentando regularizar o horário de chegada dos médicos que têm insistido em não acatar a determinação segundo o próprio Governo. Claro que conheço vários médicos que são religiosos com os horários”, argumentou.
Segundo o parlamentar está na hora da Aleac atuar mais fortemente na fiscalização da saúde pública no Estado. “Se o Governo não está conseguindo fazer o Poder Legislativo poderá atuar como fiscal. Vamos às unidades e ver como está a situação. Ao contrário do que a médica alegou de que eu não poderia estar lá eu sou um deputado 24 horas e quero me colocar hoje como um guardião da saúde”, afirmou.

Líder do Governo apóia Jamyl
O deputado Moisés Diniz (PCdoB) se mostrou indignado com a situação relatada pelo seu colega. O líder do governo, falou das medidas a serem adotadas pela Casa. “A Aleac vai tirar uma nota de repúdio a médica em relação ao deputado e de apoio a ele e por extensão aos pacientes que estavam no local. Essa é ação política da Aleac. As demais medidas são administrativas e jurídicas. Ela já foi afastada pelo secretário municipal de Saúde, Osvaldo Leal. A Aleac através da Comissão de Saúde vai apoiar o deputado tanto nas ações no CRM quanto no MPE”, explicou.
Quanto ao fato de ser a segunda vez em que o Poder Legislativo acreano foi confrontado em menos de uma semana, Moisés Diniz, preferiu amenizar a tensão vivida com o presidente da OAB, Florindo Poersch. “Fiz um pedido formal aos 23 deputados para colocar uma pedra nesse assunto. Já perdoei o presidente da OAB do Acre”, admitiu.

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