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Deputado Rocha ameaça Governo com greve dos policiais militares

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Moisés Diniz e Major Rocha confrontaram os seus pontos de vistas divergentes

A história poderá se repetir com manifestações de policiais militares como aconteceu, em 2009, apesar das negociações com a categoria estarem ainda no princípio. Parece que essa é a intenção do deputado Major Rocha (PSDB) que se mostrou, ontem, na Aleac, inconformado com a maneira como estão sendo articuladas  as negociações pelo Governo com a tropa. “O Governo quando assumiu disse que iria mudar a forma de negociar com o servidor público. Mas continua a cometer os mesmo erros do Governo passado quando começa a desprestigiar as categorias”, protestou o tucano.
Wherles Rocha se sentiu excluído do processo de negociação com os militares que afirma representar. “Na reunião de sexta passada ficou clara a intenção do Governo de pressionar os policiais militares. Eles querem excluir as entidades representativas das negociações ao dizer que quem vai dialogar será o Comando da Polícia Militar que, na verdade, não tem poder de decisão. Como é que vamos negociar com quem não pode decidir nada?”, indagou.

Parece que o conflito anunciado reúne elementos pessoais e políticos. “Ficou implícito que o Governo também não irá atender nenhuma pauta minha. Mas quero deixar claro que a pauta não é minha, mas dos policiais militares. No Governo passado, quando as coisas eram bem mais difíceis para a nossa categoria, não recuamos e, agora, menos ainda. O Governo começou errado porque precisa manter mais diálogo. Começando dessa forma teremos uma greve quase certa. Vamos caminhar para uma paralisação que já está quase sendo decretada”, ameaçou.

O oposicionista alega que está havendo intimidação. “Hoje os militares estão muito insatisfeitos com o tratamento que tem sido dado a eles. Dentro dos quartéis os comandantes começaram a pressionar os soldados. Em Cruzeiro do Sul, o comandante fez uma formatura para fazer terrorismo psicológico com os militares, o que é inadmissível. Nós não vamos aceitar isso e quem está provocando a greve é o Governo. Os servidores militares estão atualmente muito fortalecidos com um representante na Aleac”, afirmou.

Quanto às reivindicações, Rocha explicita. “Nós trouxemos para o Acre a pauta do piso salarial que já tem seis estados que implementaram. Queremos um piso de R$ 3.500. Sabemos as limitações do Estado e queremos ouvir o Governo. O que não pode é a gente encontrar as portas fechadas. Também reivindicamos o nível superior para o ingresso na Corporação para qualificar os policiais e os bombeiros”, argumentou.

Moisés Diniz questiona representatividade de Rocha

O líder do governo, deputado Moisés Diniz (PCdoB), rebateu as acusações do oposicio-nista garantindo que as portas do diálogo estão abertas. “O deputado Rocha é apenas uma das lideranças da Corporação. Ele não é uma liderança única. O Governo vai dialogar com todas as lideranças da Corporação. O que o governador tem colocado é uma regra básica de garantir a disciplina porque esse é o princípio da corporação. Portanto, qualquer discussão e diálogo será a partir do comandante que levará as demandas para a área da política. Afinal é o governador quem dará a última palavra dentro das disponibilidades financeiras sem nenhum confronto de idéias nesse caso”, rebateu.

Moisés não acredita que possa haver uma greve dos policiais militares. “Quanto à incitação à greve acho que o deputado da oposição vai compreender que há muito avanço na área de Segurança Pública, especialmente na Polícia Militar. Existem ainda gargalos que serão resolvidos através do diálogo. Isso não pode ser feito na ameaça e na pressão. O caminho é o diálogo e o Governo está aberto”, garantiu.
Indagado se poderia haver uma conversação entre o governador Tião Viana (PT) e o deputado Wherles Rocha, Diniz respondeu: “o governador receberá todo e qualquer deputado eleito pelo povo do Acre. Não importa se for base do Governo ou oposição. Mas, nesse caso, está dialogando com o comandante da PM que conversará com a tropa, clubes militares e associações de patentes. Se o governador achar necessário receber um deputado poderá ser o Walter Prado (PDT) que é ligado à área de Segurança ou o Jamyl Asfury (DEM) que foi sindicalista da Polícia Federal. Essa coisa de ‘fulanizar’ não é o método”, ironizou.

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