Walter Prado criticou os ‘bacanas’ madeireiros que não doam seus restos de madeira para os pobres
Parece que alguns deputados da base governista estão sofrendo de crise de identidade. Ontem, na Aleac, enquanto acontecia a desocupação dos invasores do Conjunto Ilson Ribeiro, os parlamentares se informavam através de sites e blogs. Mas, a crítica mais contundente sobre o assunto não partiu da oposição. O deputado Walter Prado (PDT) foi quem primeiro ocupou a tribuna para protestar contra a situação. “O princípio do problema são centenas de casas construídas com dinheiro público que estão no meio do mato”, bradou.
Walter deixou claro que não defenderia nenhum tipo de ilegalidade gerado pela invasão, mas ponderou: “entendo a postura do secretário de Segurança Social, Antônio Torres. Mas a lógica numa situação como essa é a fome e a necessidade de pessoas pobres que não têm moradia. O Governo não deveria ter permitido que essas casas ficassem no meio do matagal. Numa situação assim não cabe a ação da polícia. Aliás, pobre não precisa de policial, mas de ações sociais”, revelou.
O parlamentar não poupou os madeireiros acreanos a quem chamou de ‘bacanas’. “Vou querer saber quantos metros cúbicos de madeira saem do Estado por ano. Os bacanas deveriam doar madeira para a população mais desassistida. Essa história de sustentabilidade serve para maquiar as nossas riquezas que estão sendo levadas e vendidas. Quero que haja a construção de casas populares, mas elas têm que ser dadas para quem precisa”, protestou.
Evidentemente que os discursos de oposicionistas na tribuna elogiaram a postura de Walter Prado. O deputado Major Rocha (PSDB) e Gilberto Diniz (PTdoB) foram os que mais destacaram as palavras do pedetista. “Temos que concordar com as palavras do Walter Prado. A invasão aconteceu pela necessidade de uma população que precisa utilizar o Bolsa Família para pagar aluguel”, disse Rocha.