Antes da festa vermelha, com dança e música no Tentamen, sábado à noite, o PCdoB repartiu um bolo nesta sexta-feira, 25, no auditório da Aleac, e fez as contas de seus 89 anos de lutas desde a clandestinidade até sua participação na coalizão que levou Lula e Dilma à Presidência da República e a Frente Popular do Acre a 16 anos de poder no Estado.
Fundado em 25 de março de 1922, aos 60 anos o partido ainda estava na clandestinidade quando elegeu Manoel Pacífico para deputado no Acre em 1982, oculto pela sigla do antigo MDB. Em 1990 elegeu para deputado Sergio Taboada; em 1998, 2002 e 2006, elegeu Edvaldo Magalhães; em 2002/2014 elegeu Perpétua Almeida para a Câmara Federal e contabiliza, ainda, 21 vereadores e 9 vice-prefeitos no Estado. Em todo o Brasil, são 42 prefeitos, 66 vice-prefeitos, 608 vereadores, 15 deputados federais, 18 deputados estaduais, dois senadores e o ministro dos Esportes, Orlando Silva.
O deputado Eduardo Farias, presidente do Comitê Municipal do PCdoB em Rio Branco, entende que o partido tem sua digital na história do Brasil porque nunca arredou pé de suas convicções mesmo nos momentos mais duros da história política do País.
“Por isso, quando nos reunimos em tempos de paz para comemorar a consolidação do Brasil como uma das maiores democracias do mundo, não podemos deixar de lembrar nossos heróis que sucumbiram”, ressalta Farias, presidindo a Mesa de Honra da solenidade que adotou o slogan “89 Anos Fazendo o Brasil Avançar”.
Além de militantes históricos, como Rita Batista e o deputado líder do Governo, Moisés Diniz, a Mesa de Honra teve participação dos deputados Élson Santiago (PP), presidente da Aleac, e Walter Prado (PDT), representando todas as bancadas da Casa.
Também participaram a presidente do Sindicato dos Correios, Susy Cristina, o presidente da União da Juventude Socialista, Chico Rafael e Felismar Mesquista, presidente do Iteracre (Instituto de Terras do Estado do Acre), representando todos os comunistas que participam do Governo do Estado.
O presidente estadual do partido, ex-presidente da Aleac, Edvaldo Magalhães, atualmente secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio, não pode participar, pois estava em missão pelo interior, assim como a deputada federal Perpétua Almeida, que presidia em Brasília uma reunião da Comissão de Desastres Naturais da Câmara Federal.
O deputado Moisés Diniz, vice-presidente estadual do PCdoB, representou Edvaldo e encerrou a solenidade classificando o partido como um velhinho de 89 anos em pleno vigor. “Nós apanhamos por muito tempo porque só entrávamos em buraco errado. A gente se espelhava na realidade dos comunistas de outros países, como o Leste europeu, Cuba, União Soviética e China. Se esquecia de olhar para o Brasil. Quando adequamos a teoria revolucionária marxista ao terreno brasileiro, à realidade material brasileira, aí o nosso partido começou a crescer”, comentou Moisés.
Ele lembra que o PCdoB tem uma história insofismável de luta em defesa do povo acreano. “Organizou sindicatos, movimentos juvenis, de cultura, de estudantes, ocupando terras improdutivas, presente nas aldeias indígenas e sendo parte do sal necessário no Parlamento. Atualmente dirige expressivos sindicatos de trabalhadores, do campo e da cidade e detêm razoável experiência administrativa na máquina do Estado”, contabiliza.
Felismar Mesquita, no comando do Instituto de Terras e Henrique Corinto, na Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, ocupam cargos considerados estratégicos para a implantação dos ideais socialistas no Governo. “A participação do partido no Governo com secretários, assessores, chefes de departamentos e divisões faz com que o PCdoB dê uma direção mais à esquerda para este Governo, levando o Estado para aqueles que mais precisam, aos rincões mais distantes. Estamos em uma frente de 14 partidos, ideias e concepções que se juntaram para dar mais qualidade de vida à população”, disse em seu pronunciamento.
A Juventude Socialista também se manifestou pelas vozes de Chico Rafael, uma de suas lideranças e de Suzy Cristina, do Sindicato dos Correios. Chico destacou que o partido está no Governo, mas não abandonou a luta nas praças, bairros e na zona rural. Suzy lembrou de sua primeira aula de marxismo. “Quando os comunistas eram perseguidos, um professor nos disse que tudo o que eles queriam era o bem comum. Isso me marcou e hoje integro o quadro do PCdoB”, registrou.
Os deputados Walter Prado e Élson Santiago, segundo Eduardo Farias, se destacam entre os parlamentares que mais compreendem e respeitam o PCdoB e o ajudam quando é necessário. Prado, do PDT, lembra que ambos os partidos têm muitas afinidades, já que buscam o crescimento do País pelo caminho do socialismo. Santiago, que surgiu na política pelo PT, preside a Mesa Diretora da Aleac com todo o apoio dos socialistas. “Não se pode deixar de participar de uma homenagem a um senhor de 89 anos que não foge de uma boa luta”, resumiu. (Assessoria)