Lingeries e peças íntimas tiveram quase a mesma procura que o tradicional jeans
Para os lojistas acreanos de vários segmentos de roupas e acessórios, é a hora de estender a sua visão empresarial para as inúmeras chances oferecidas pela indústria de moda nordestina. Mais uma vez, o Pólo de Confecções do Agreste reafirmou todo seu potencial para os mercados de trajes dos 4 cantos do país com a realização da 11ª edição da Rodada de Negócios da Moda Pernambucana. O evento ocorreu na semana passada, entre os dias 16 a 18, no Shopping Difusora (numa área de 4,3 mil m2) de Caruaru, a 138 Km de Recife.
Reunindo mais de 300 lojistas compradores de todo o Brasil para apresentar as confecções de 120 empresas distintas, de 11 cidades de Pernambuco, da moda Outono/ Inverno 2011, a Rodada de Negócios é a maior iniciativa de exposição da indústria têxtil de todo o Estado.
Uma realização da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (ACIC), a maior do gênero na região Norte/Nordeste, e coordenada pela J&B Consultores. Seus parceiros e apoiadores são a Facep, o Sebrae, Fiepe, CNI, Governo de Pernambuco e Prefeitura de Caruaru.
Mas o que uma feira no Agreste interiorano de Pernambuco tem a ver com o seu comércio aqui no Acre, um lugar tão longe? Para comerciantes com visão empreendedora limitada, pouca coisa. Porém, para quem nunca se cansa de arriscar em trazer novidades aos seus clientes e dar um salto sobre a concorrência, a feira tem um vasto potencial de negócios.
De fato, o Pólo de Confecções do Agreste de Pernambuco é um verdadeiro centro produtivo de roupas, com capacidade para suprir a demanda da região Nordeste e, ainda, potencial para suprir os Estados da região Norte (se necessário). São mais de 15 mil indústrias que compõem tal cadeia de produção. Para se ter uma idéia do tamanho desta megalópole industrial agregadora, o Pólo confecciona uma faixa de 700 milhões de peças por ano, equivalente a uma movimentação anual de R$ 2 bilhões, quase o orçamento público inteiro do Acre.
E, como não poderia deixar de ser, esta última Rodada de Negócios veio recheada de roupas nas modalidades Feminina, Masculina e Infantil, Roupa íntima, Jeans (adulto e criança), Praia, Fitness/academia, Surf e surfwear, entre outras ramificações. Impossível não achar alguma roupa que caia perfeitamente como destaque na vitrine da sua loja. Ao todo, esta edição já arrecadou mais de R$ 11 milhões, sendo que a sua meta inicial era alcançar os R$ 11 milhões.
“A 11ª Rodada de Negó-cios foi feita para incentivar o desenvolvimento econômico de toda a região do Pólo da Moda do Agreste Pernambucano e do Estado inteiro, de forma geral. Somos um grande centro produtor de moda, possuímos mais de 15 mil indústrias ligadas ao setor do vestuário. Nesse sentido, é através desta iniciativa que conseguimos apresentar o principal deste potencial produtor para todo Brasil”, declarou o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru, empresário João Bezerra da Silva.
Outra prova do sucesso da Rodada de Negócios da ACIC é a evolução ano a ano. Na sua 1ª edição, foram arrecadados R$ 706 mil. Já a do segundo semestre do ano passado, a 10ª, totalizou um recorde de R$ 13,5 milhões (19 vezes maior do que o montante da 1ª edição).
João Bezerra da Silva Filho, presidente da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru, a ACICMais do que estatísticas, o progresso da Rodada pode ser melhor visualizado nas ofertas de suas mercadorias. Ano após ano, estão disponíveis peças cada vez mais despojadas e modernas, com alto padrão de acabamentos de tecidos e materiais, além de uma união cada vez mais natural entre as grifes finas com o uso confortável.
Foram três dias (16, 17 e 18) que reuniram 120 confeccionistas pernambucanos do Pólo do Agreste e mais de 400 compradores de todo o Brasil. “Se compararmos esta edição com a realizada em março de 2010 fica nítido o crescimento deste evento não somento em negócios, como também em profissionalização de cada expositor que a cada dia se prepara mais para o mercado brasileiro, disse a consultora Christiane Fiúsa, da J & B Consultores, organizadora das Rodadas de Negócios.
“Vendemos até para Angola e Portugal”
“A conquista de clientes”, esse é um dos maiores benefícios para a empresária expositora Clea Jaci da Silva, da Ondas Moda Praia, que participa da Rodada desde a 1ª edição. Segundo ela, o diferencial tem que ser preço e qualidade. Os dois juntos são uma combinação imbatível. “Quando começamos e participamos da 1ª edição tudo era muito diferente, muito amador. Eu lembro que as três primeiras Rodadas só existiram porque nós queríamos muito. Depois, com o passar dos anos, tudo ficou mais profissional e o sucesso todos os anos é de cem por cento. Hoje fazemos pesquisa de merca-do. Vendemos até para o exterior.
Temos compradores em países como Angola, na África, e Portugal, na Europa. Aqui, no Brasil, vendemos para todas as regiões, e o que é importantíssimo, durante todo o ano. E o ponto positivo da Rodada de Negócios é a vinda de novos clientes”, arremata a satisfeita empresária Clea Jaci da Silva, que tem a fábrica há 12 anos, em Santa Cruz do Capibaribe.
Compradora faz boas avaliações da Feira
A convidada acreana como compradora, Juliana Pejon Bessa, proprietária da Aquarela Baby, de Rio Branco, não perdeu a chance de buscar boas oportunidades de negócios para a sua loja, que trabalha com grifes infantis e para bebês. Durante os 2 dias da Rodada, a empresária pôde averiguar o melhor da moda pernambucana no que tange ao seu ramo comercial. Ver aquelas que ficariam melhor na sua vitrine. Esta foi a primeira vez que a empreendedora acreana participou da Rodada de Negócios, e parece que não será a última.
Na sua avaliação, ela conta que as mercadorias nordestinas possuem uma qualidade de primeira linha, com um amplo leque de opções, muitas novidades de tendências e preços bons. Em outras palavras, os produtos do mercado do Agreste Pernambucano têm uma ótima relação custo-benefício, bem em conta para ser explorado pelo empresariado do Acre. Satisfeita, ela detalha que ficou sabendo da Rodada através de representantes, e que a iniciativa valeu, e muito, para lhe abrir a visão a mais de um mercado fornecedor em potencial.
“O trabalho daqui é muito bom, de alto nível. Tem um mix de cores, estilos e variedades bastante inovadores. E com preços acessíveis, o que torna bem fácil de negociar. Tenho um valor X para fazer de compras, e já consegui, só no 1º dia, adquirir alguns produtos muito interessantes para a loja. Estou em busca de peças em pequenas quantidades, para poder adquirir mais variedades”, comentou Juliana Bessa, ao final do 1º dia da Rodada e já animada para descobrir o acervo de possibilidades que o 2º dia poderia lhe reservar.
“A moda é planetária, mas o consumo é regional”
Luiz Crério é estilista, designer e consultor de moda. Participa pelo Senac da Rodada. Dá treinamento em grupo para expositores de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama e explica as tendências. Segundo ele, esse novo crescimento significativo tomou proporções gigantes. Ele explica que o mercado é para todo mundo e que tem que haver profissionalismo. “A troca e a busca de informações faz com que se deixe o amadorismo de lado. Aqui temos até faculdades de moda e designer. Moda é aparência, é visual. Se você vai vender para uma região, tem que focar nela, é a estética de lá. A moda é planetária, mas o consumo é regional. Então, o segredo da moda é você entender a ponta”, finalizou o estilista.
Preparação para a 12ª Rodada
Muitos expositores comemoram a comercialização de até três meses de produção e já se preparam para a 12ª edição, que tem data confirmada para a terceira semana de agosto. Segundo a consultora da J & B Consultores, cerca de 40% das reservas para a 12ª Rodada de Negócios da Moda Pernambucana já foram concluídas, o que assegura a eficiência para lojistas e compradores na geração de negócios.
“Estamos felizes por possibilitar que a Rodada de Negócios acrescente ao desenvolvimento econômico de toda região do Pólo da Moda do Agreste de Pernambuco e de todo o estado. Somos um grande Centro produtor de moda, possuímos mais de 15 mil indústrias ligadas ao setor de vestuário, produzimos 700 milhões de peças por ano e precisamos apresentar este potencial produtor a todo o Brasil, concluiu João Bezerra da Silva Filho, presente da Associação Comercial e Empresarial de Curuaru.
Expositora de vendas, Maria Gabrielle Alves, de Santa Cruz do Capibaribe (foto à esquerda). O visual sofisticado e caprichado, relacionado ao tema, foi destacado no interior do local do evento (foto centro). Os stands padronizados com manequins em destaque valorizaram as peças dos expositores e facilitaram as escolhas dos compradores