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A CPI da pólvora

Antes de tentar em redescobrir a pólvora, propondo a criação de CPIs, os políticos do Estado deveriam estar debatendo as conseqüências dos cortes feitos no Orçamento da União que atingiram em cheio o trabalho da Polícia Federal no combate ao narcotráfico e contrabando nas áreas de fronteira.

Não se pode, evidentemente, ignorar que com mais de 2 mil quilômetros de fronteira com os dois países tidos como maiores produtores de cocaína do mundo, o Acre sofre os efeitos dessa situação geográfica. Que tanto aqui como em outros estados fronteiriços, o narcotráfico tenta de todas as formas abrir corredores para o transporte da droga e tudo o que é de ruim que vem no seu rastro, como o crime organizado, a corrupção etc.

Trata-se de um problema de magnitude universal, que desafia as mais equipadas polícias do mundo, que exige uma soma gigantesca de recursos para combatê-lo e, por conseguinte, não será uma CPI localizada, limitada que irá chegar a algum resultado.

O que se tem a fazer é insistir em dotar as polícias de recursos financeiros e técnicos e isso sim cabe aos políticos zelar para que não faltem essas condições, como pode ocorrer com esses cortes no Orçamento. O resto é ingenuidade ou pirotecnia.

Categories: EDITORIAL
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