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Academia acreana de letras empossa cinco novos membros

A Academia Acreana de Letras (AAL) empossa cinco novos membros na próxima semana (28). Os ‘novos imortais’ são: Glória Perez, Francisco Gregório Filho, Edson Ferreira de Carvalho, Moisés Diniz e Margarete Prado Souza Lopes. A solenidade, que acontece no Teatro Plácido de Castro, a partir das 20h, terá ainda como atração a exposição do artista plástico Rodolfo Bader Filho.

Os empossados ocuparão as cadeiras de Geraldo Mesquita (10), Luiz Cláudio Castro e Costa (17), Francisco de Oliveira Conde (23), Fernando de Castela (25) e Josué Fernandes (32). O evento tem como parceiro o Governo do Estado, com patrocínio do Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semeia).

Na opinião do presidente da ALL, Clodomir Monteiro, o evento tem dois significados básicos: um para a própria entidade e o utro para a sociedade. “Para a Academia porque ela recompõe o seu quadro. Para a sociedade porque mantém viva uma tradição que já dura 74 anos, com mais de 150 escritores”, disse ele. 

A fundação da entidade coin-cide com a data da assinatura do Tratado de Petrópolis, que pôs fim à disputa pelo território acreano com a Bolívia. Foi considerada de Utilidade Pública por Lei estadual 117/67. Sua sede (provisória) é na Rua Manoel Cesário, nº 19, bairro da Capoeira. A diretoria é composta por um presidente e seu vice, 1º e 2º secretários, 1º e 2º tesoureiros, e diretores: de relações públicas, de biblioteca e de patrimônio, além de um conselho fiscal. Tal como a Academia Brasileira de Letras (ABL), a AAL é composta de 40 cadeiras, cada uma delas sob patronato.

Quem são os novos empossados
– Glória Maria Ferrante Perez nasceu e viveu no Acre até os 16 anos. O pai, escritor e ministro de Justiça, Miguel Jerônymo Ferrante, e família, mudaram-se para Brasília, depois São Paulo e Rio de Janeiro. Cursou Direito e Filosofia na UNB, bacharelado e Mestrado em História (UFRJ). Começou a carreira de autora em 1979, no seriado ‘Malu Mulher’, da TV Globo. Em 1983, ela deu seqüencia a minissérie ‘Eu Prometo’, de Janete Clair, depois de a titular ficar doente. Sucessos no Brasil e exterior, ela recebeu nos Estados Unidos, do FBI e do DEA, prêmios pela campanha para auxiliar os dependentes químicos, enfocados na novela ‘O Clone’. Em: ‘Carmem’, de 1987, escreveu sobre Aids.

 Em ‘Barriga de Aluguel’, de 1990, tratou de troca de bebês em maternidades. Homossexualismo, deficiência visual, cleptomania, islamismo, foram outros temas. Em ‘Amazônia, de Galvez a Chico Mendes’, aviva a saga acreana de se incorporar ao Brasil. Glória Perez escreveu também ‘Partido Alto’, ‘Desejo’, “De Corpo e Alma”, ‘Explode Coração’, ‘Pecado Capital’. ‘América’, que ganhou o prêmio internacional Emmy, na categoria melhor novela. ‘Caminhos das Índias’ e ‘O Clone’ foram daptadas para versões latinas: ‘Camino a las Índias’, na TV Azteca e ‘El Clon’, na Telemundo. Cadeira 10. Sucessora de Gurgel de Mesquita.

– Francisco Gregório Filho. Rio-branquense, formou-se em Artes Cênicas. Ator, diretor, e gestor de artes. Professor de Leitura, Teoria e Prática (PUC/RJ). Criou participou e/ou iniciou os programas de leitura: nacional de incentivo à leitura, Rede de Casas de Leitura, oficinas de formação de contadores de histórias, 1ª Secretaria Municipal de Leitura no Brasil. Presidiu a Fundação Cultural do Acre. Tem Título de Notório Saber pela PUC/RJ, Condecoração de Ordem ao Mérito do Livro pela Biblioteca Nacional; Pesquisador da UNESCO / PUC/RJ do quadro da BN – MINC, foi da equipe do Paço Imperial – IPHAN-l Passagem”, 2003; “Dona Baratinha e Outras Histórias”, 2006; “Oralidade afeto e cidadania e Práticas Leitoras”, 2002; Pensar a Leitura: complexidade”, org. por Elia-na Yunes. 2002; “Jabuti sabe ler e precisa escrever”, 2006, 2007; “Guardados do Coração”, “Grávidas histórias -Histórias de mulheres do Brasil”, 1998; “Arraial Alheio”, 2007; “Ler e Contar, contar e ler”, 2008 e 2011.

– Edson Ferreira de Carvalho nasceu em Bambuí, Minas Gerais, bacharel e mestre em Direito, respectivamente na Ufac e Universidade Federal de Santa Catarina, doutorando em Direito pela Universidade de Valência, Espanha. É Pós-doutor em Direito pela Notre Dame University (USA). Graduado em Engenharia Agronômica, mestrado e doutorado em Fitotecnia na Universidade Federal de Viçosa. Master em Educação Ambiental (Espanha), especialista em Administração Universitária (Canadá) e em Direitos Humanos pela Universidade para a Paz, das Nações Unidas (Japão). Recebeu o prêmio internacional Gilles Boulet, da Inter-American Organization for Higher Education. Foi Vice-Reitor da Ufac, fundador e diretor-presidente da Fundação Instituto da Biodiversidade e Manejo de Ecossistemas da Amazônia Ocidental. Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal de Viçosa e do Programa de Mestrado em Direito Ambiental da Universidade Federal do Amapá. Autor de artigos científicos e livros na área de Direito, orientou e co-orientou alunos de Mestrado e Doutorado, no Brasil e no exterior.

– Moisés Diniz Lima, neto de nordestinos de Riacho do Sangue, no Ceará, e índios ashaninkas, das margens do Rio Amônia, em Cruzeiro do Sul. Moisés Diniz é oriundo da Congregação dos Irmãos Maristas, onde professou os votos temporários de pobreza, castidade e obediência. É formado em Pedagogia pela Ufac. Aprendiz da luta na cidade acreana de Tarauacá, ajudou a organizar os sindicatos de trabalhadores urbanos e extrativistas, organizações comunitárias, juvenis, indígenas, de cultura e de mulheres. Vereador, vice-prefeito de Tarauacá e agora no segundo mandato de deputado estadual se sente mais para a poesia que é “nossa alma.herdada dos tempos imemoriais quando o homem ainda não havia se tornado lobo do semelhante”. A política, a seu ver, é a ferramenta necessária para vencer os lobos e lutar pela felicidade humana.

Margarete Edul Prado de Souza Lopes nasceu em São Paulo (SP), mas foi criada desde criança em Tarauacá. Entre outros títulos e cargos foi: bacharela em Letras Clássicas (Rio de Janeiro), licenciada em Letras/Inglês pela (Ufac), mestra em Teoria da Literatura, Universidade Estadual de Campinas, doutora em Literatura Brasileira, Universidade Federal da Bahia. Coordenadora dos Cursos de Letras da Ufac, foi a primeira diretora do Centro de Educação, Letras e Artes, fundadora, e coordenadora em 11 anos contínuos, da Universidade Aberta da Terceira Idade. Pesquisadora do CNPq, desde 1997, com trabalhos na área de Literatura, Gênero, Geração e Mitologia. Professora-adjunta, da Ufac, é coor-denadora do Núcleo de Estudos de Gênero na Amazônia e dirige a Revista Seringal de Ideias. Publicou: artigos especializados e livros sobre as escritoras acreanas: “Motivos de Mulher na Amazônia” e “Vozes Femininas da Floresta”. E, para a UNB, o “Ensino à Distância sobre História da Educação no Acre”. Atualmente, orienta bolsistas de iniciação científica e do mestrado da Ufac.

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