Até o início da tarde de ontem, 16 acionistas depositaram R$ 50 mil em uma conta bancária para formação do capital inicial do Complexo Industrial de Peixes da Amazônia S/A. O empreendimento faz parte do Programa de Fortalecimento da Piscicultura do Acre elaborado pelo Governo do Estado, com consultoria da Fundação Getúlio Vargas e do Projeto Pacu, do Mato Grosso do Sul. O Governo do Acre entra como acionista por meio da Agência de Negócios do Acre. O investimento de R$ 7,5 milhões para formação do capital acionário traz uma novidade: a participação de pequenos acionistas com custeio estatal.
Cooperativas do Alto Juruá, Bujari e duas de Rio Branco formam uma Central de Cooperativas que garantem a participação dos pequenos produtores em 25% do empreendimento, avaliado atualmente em R$ 50 milhões somente na construção do complexo industrial composto por fabrica de ração, centro de alevinagem e frigorífico. “Foi a participação dos pequenos que chamou a atenção do BNDES”, lembra o secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia, Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães. “O setor privado acreditou no empreendimento antes dele se concretizar”. A construção da planta industrial está prevista para iniciar em junho deste ano.
Ontem, foi aprovado o estatuto que regulamenta a cadeia produtiva efetivada pelo complexo industrial. Qualquer votação deve ser aprovada por, no mínimo, dois terços dos acionistas.
O Complexo Industrial de Peixes da Amazônia S/A prevê também a construção de infra-estrutura para engorda avaliada em R$ 60 milhões. A estimativa de técnicos do governo é que sejam gerados 1,2 mil empregos diretos e 12 mil indiretos. A relação de 1/10 é justificada pelo perfil da cadeia produtiva do peixe que envolve mais gente no processo de beneficiamento do pescado. A comercialização do primeiro lote está prevista para junho do próximo ano.
A estimativa do governo é que das atuais 5 toneladas de peixes produzidas anualmente no Acre passe para 100 mil toneladas em três anos de trabalho.