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Coordenação estadual dá o pontapé inicial para instalar placas de energia solar no Acre

A maioria dos acreanos conhece o conforto e o potencial produtivo que a energia elétrica tem a propiciar em suas vidas. Contudo, para cerca de 20 mil famílias (80 mil pessoas) que vivem em comunidades isoladas nas florestas do Estado, o fornecimento de energia pelo meio convencional (rede de postes de energia) ainda é deficitária e até inalcançável. Para mudar tal realidade e integrar melhor estes cidadãos, a Coordenação Executiva Estadual do Programa Luz Para Todos deu o pontapé inicial ao projeto de implantação de placas solares como fonte energética alternativa para as comunidades isoladas.

O desafio de implementar no Acre a placa solar (ou Sistema Individual de Geração de energia elétrica com Fonte Intermitente – Sigfi) será todo resumido num estudo a ser apresentado ao governador Tião Via-na. Nele, segundo conta o técnico Erivaldo Castro, do Programa Luz Para Todos, serão enumerados todos os pontos que constatam que tal fonte fornece uma energia mais barata, com menor custo de manutenção, de alta qualidade e com mais propriedades ecológicas. Também  enumerará as particularidades regionais que ainda impedem a instalação deste sistema.

Para começar a delinear os planos de tal relatório, a coordenação estadual do Programa Luz Para Todos realizou durante toda manhã e tarde de ontem, 14, um seminário sobre energia alternativa e fontes renováveis. Na ocasião, o Governo do Estado trouxe o coor-denador de Métodos de Planejamento Energético da empresa alemã GIZ (Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit, que tem parceria com o Ministério das Minas e Energia para avançar neste debate), Torsten Schwab, para ministrar uma palestra esclarecedora sobre o tema.

Como se trata de uma ação integrada do poder público, foram reunidos todos os órgãos locais que atuam diretamente no segmento da energia elétrica (Ufac, Funtac, Seaprof e a executora do Luz Para Todos no Acre, a Eletrobras). Cada uma apresentou seus pontos de vista sobre a viabilidade de fazer com que o sistema de placas solares e os fogões à lenha (do programa Pró-Acre) cheguem até estas mais de 20 mil famílias isoladas.

Na avaliação do técnico Erivaldo Castro, o encontro foi fundamental para desenvolver a idéia do Sigfi e abrir os diálogos para a formulação do seu estudo de implementação. Segundo ele, tudo o que foi exposto ontem servirá para formar a base de informações a serem tabuladas e sintetizadas no relatório. A seu ver, os grandes obstáculos que impedem a adesão das placas solares no Acre são o alto investimento inicial, a acessibilidade destas fontes aos lugares mais distantes e as adaptações da Lei 12.111 (regulamentadora da política de energias alternativas) e das normas específicas da Aneel para a realidade amazônica.

“Através deste estudo, precisamos mostrar que é possível obter linhas de créditos especiais e firmar parcerias com instituições engajadas no progresso regional para superar os altos custos iniciais. Além disso, temos que mostrar que podemos nos enquadrar com as leis que pregam a aplicação das fontes alternativas, fazendo com que as placas solares cheguem a todo Estado. Esta iniciativa será repleta de dificuldades. Mas quando as superarmos, sem dúvida traremos um conjunto pioneiro de benefícios a todas as comunidades acreanas isoladas”, finaliza ele.

 

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