Cerca de 100 índios de diversas etnias fizeram um protesto ontem, 5, em frente ao Palácio Rio Branco. Uma comissão composta por cinco assessores, dentre eles Francisco Nepomuceno, o ‘Carioca’, garantiu que o governo estadual irá cumprir os acordos pactuados. Eles intermediaram, ainda, uma reunião com secretário especial de Saúde Indígena, Antônio Alves, em Brasília, na próxima sexta, 8. Eles não fecharam a BRs 317 e 364.
Os líderes decidiram ficar acampados no prédio da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) – onde permanecem por 5 meses – até o término das negociações. “Começa a surgir uma luz no fim deste cumprido túnel”, assim comentou um dos líderes do protesto, Ninawá Huni Kui, informando até da possibilidade de um encontro com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Pintados, portando faixas e entoando cânticos de pajelança, eles marcharam a pé até o Centro da cidade. Os índios já fizeram outros protestos. Em janeiro, eles sitiaram e fizeram 30 funcionários reféns. Dentre eles, o coordenador do Departamento de Atenção à Saúde Indígena (Dsei) do Alto Purus, Antônio Costa. Uma das principais reivindicações é a exoneração dele.
“A gente quer a saída do Costa desde a reunião com o secretário da Sesai (Secretaria Nacional de Atenção à Saúde Indígena), Antônio Alves, que aconteceu em Rio Branco”, informou a índia Dalva Jaminawá.
“Ele tem agido com inverdades, na tentativa de dividir os povos indígenas, fomentando a centralização das ações no Dsei e desrespeitando as nossas lideranças e cultura”, completou o cacique Edivaldo Huni Kui.
Nos últimos 5 meses, cerca de 20 índios morreram em decorrência de problema de saúde. A GAZETA publicou na segunda (4) a agonia do índio Horácio Meireles Lima Jaminawá, 70 anos, na Casa de Passagem de Saúde Indígena (Casai). Num ambiente insalubre e sem assistência médico-hospitalar, o ancião faz tratamento contra tuberculose e sente fortes dores abominais.