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Sem-tetos ocupam área verde que devia ter virado parque, no Portal da Amazônia

Cerca de 40 famílias ocuparam uma faixa de terra no loteamento Portal da Amazônia, desde ontem. O terreno, próximo a um córrego, estava destinado à construção de um parque ambiental com áreas de lazer e esporte. “Isso nunca saiu do papel. Aqui virou esconderijo de ladrões, de drogados e motel de vagabundos”, disse o sem-teto Manoel Francisco de Paula Neto.

Alguns invasores são egressos do Ilson Ribeiro II, enquanto outros moravam de aluguel. A maioria, no entanto, é oriunda do próprio loteamento. “Por atrasarem os pagamentos das mensalidades, eles foram expulsos de suas casas sem nenhuma indenização. E o que é pior: sem determinação judicial”, denunciou o representante da Central dos Trabalhadores do Brasil (CTB), José Janes Gomes.

 A dona-de-casa Érica Ribeiro Pereira é uma destas vítimas. Mãe de 3 filhos e desempregada, ela foi despejada pelos proprietários do loteamento. “Isso é uma covardia. Eu tinha pago várias parcelas e feito benfeitorias na propriedade. Onde estão os direitos humanos”, desabafou, aos prantos, sendo aparada pela amiga, a senhora Maria Costa do Amaral, de 60 anos.   

Na semana passada, o Ministério Público Estadual (MPE), através das promotorias especializadas de Habitação e Urbanismo e da Defesa dos Direitos Humanos, instauraram um inquérito civil público para investigar a construção e entrega de casas populares no Estado. Os promotores querem saber se houve diminuição nas unidades prometidas, morosidade nas obras e a conseqüente falta de entrega.

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