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Separados pelo Isolamento Compulsório

O Movimento de Reintegração de pessoas atingidas pela hanseníase Morhan recebe esta semana o coordenador nacional do Morhan Artur Custodio Moreira de Souza para realizar encontro dos Filhos que foram Separados pelo Isolamento Compulsório do Estado do acre.

Estes eventos tem como objetivo reunir as pessoas que foram separadas de seus pais com hanseníase entre as décadas de 1930 e 1970. O objetivo maior também e manter a unidade do movimento, que busca reconhecimento do público e do Governo Federal a respeito do “holocausto” vivido com a separação dos pais e filhos.

Essa discriminação nacional ganhou o nome de “Isolamento Compulsório” e era imposta aos portadores de hanseníase, antigamente conhecida como lepra, que na época não possuía cura, como forma de separá-las do convívio de pessoas tidas como saudáveis. Nesse procedimento, os doentes eram separados do ambiente social de forma repentina e internados em instituições fechadas, conhecidas como “leprosários” ou hospitais-colônia.

Os filhos dessas pessoas eram levados embora, inicialmente para educandários ou orfanatos e entregue pra outra família e muitas outras simplesmente elas sumiam. Os pais, depois que foram liberados dos leprosários,  a maioria iam a procurar seus filhos e não encontravam mais. Informavam que estavam mortos, mas não apresentavam nenhum atestado de óbito.
O Isolamento Compulsório

No Brasil, a partir de 1924, o Governo Federal decidiu assumir o controle da hanseníase pela internação compulsória, com base no pressuposto de que, retirando o doente das ruas ou estradas, estaria salvando a sociedade sadia. O indivíduo com suspeita da doença era caçado pela Guarda Sanitária e isolado compulsoriamente em algum hospital-colônia, na época conhecido como leprosário. Lá essas pessoas eram mantidas presas, e muitas vezes nunca mais chegavam a rever seus familiares.

Quando tinham filhos, as crianças eram arrancadas de seu convívio assim que se dava o nascimento, e enviadas para educandários, de onde seguiam muitas vezes para adoção, quando sobreviviam. Diversas crianças relatam ter sofrido violência, abuso sexual e com isto deixando graves conseqüências à saúde mental.

Pensão vitalícia para pacientes
Após longos anos de luta contra a doença e o preconceito, os pacientes encontraram apoio no Congresso Nacional por meio da Medida Provisória 373, apresentada pelo senador Tião Viana (atual governador do Acre).

A Lei 11.520/2007 dispõe sobre a concessão de pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase e que foram submetidas a isolamento e internação compulsórios até 31 de dezembro de 1986, a lei já concede pensão vitalícia de R$ 850 para 6,2 mil pacientes de hanseníase no Brasil e no Acre mais de 250 pessoas já recebem seu benefício. “ O Morhan agora busca uma indenização  junto ao Governo Federal para os filhos que foram separados dos seus pais”. (Assessoria)

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