Antes da sua visita a Rio Branco, programada para ontem, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), que está criando o PSD, conversou com exclusividade com A GAZETA, por telefone. Ele explicou quais serão as matrizes ideológicas do novo partido que já nasce possivelmente com três senadores e 50 deputados federais, além de um governador de estado e dois vices.
Gilberto Kassab destacou a importância do senador Sérgio Petecão (PMN/AC) para a estruturação do partido na Região Norte. “Quero apresentar o modelo político que será adotado pelo PSD. Também ressaltar a coordenação do Petecão para a estruturação do PSD no Estado. Ele vai ser o cara do PSD no Acre que poderá ajudar a firmar a legenda na Região Norte”, afirmou.
Quanto às especulações que apontam Petecão como provável candidato ao Governo do Acre, em 2014, Kassab comentou: “ele tem todas as credenciais para ser candidato e terá todo o apoio necessário do nosso partido. Além disso, tem potencial para ser um extraordinário governador. Mas tudo isso ainda vai depender uma discussão do Petecão com as forças políticas que irão apoiá-lo”, pregou.
Indagado se pretende candidatar-se à Presidência da República ou ao governo de São Paulo, Kassab não descartou nenhuma das alternativas. “Tudo tem o seu tempo. No momento a minha única preocupação é de exercer o meu mandato de prefeito de São Paulo até o último dia. Mas o nosso partido já nasce forte com o governador Omar Aziz (PMN) no Amazonas, os vices-governadores da Bahia, Oto Alencar, e de São Paulo, Gulherme Afif Domingues (DEM) e a senadora Kátia Abreu (DEM/ TO). Teremos representatividade política em todos os 27 estados brasileiros”, garantiu.
Em relação à postura do PSD com o Governo da presidente Dilma Rousseff (PT), Kassab se contradisse: “seremos um partido de centro com uma postura independente. No entanto, é importante que a gente dê um apoio para que a presidente Dilma possa fazer um excelente governo para o país. Aqueles parlamentares que migrarão para o PSD que já apóiam o Governo poderão manter as suas posturas. Os outros vindos de partidos de oposição terão a oportunidade de poderem votar em projetos importantes para o crescimento social e econômico do país”, garantiu.
Petecão: “o PSD nasce como uma terceira via política do Acre”
Para Petecão que viabiliza a estruturação do PSD no Acre a vinda de Gilberto Kassab é muito gratificante. “Ele é um político de expressão nacional por quem criei uma amizade muito grande. O Kassab quer mostrar para os acreanos a importância dessa nova força política que está surgindo no país e falar sobre as experiências dele como prefeito de São Paulo. Ele também poderá ter um contato com a nossa realidade social e política. Inclusive, tenho viajado com ele para visitar lideranças importantes no Brasil inteiro”, afirmou.
Representatividade do partido na Amazônia
A atenção especial ao Acre deriva à importância que o PSD pretende dar a Amazônia. “Uma das preocupações quando comecei a conversar com o prefeito Kassab foi de fortalecer o partido na nossa região amazônica que tem um peso político internacional. O partido está muito forte no Sudeste e no Nordeste. Em breve deverão vir ao Acre o vice paulista, Guilherme Afif e a senadora Kátia Abreu (DEM/TO) para conversar com os nossos pecuaristas. O PSD já nasce grande. Na última conta que fizemos temos a garantia de adesão de 38 deputados federais, mas devemos chegar aos 50”, salientou.
Petecão não esconde mágoas dos embates políticos mais recentes. “Estou vivendo um momento importante. No meu Estado fui chamado de incompetente e servi de chacota para algumas lideranças. De repente estou tendo uma oportunidade de conseguir destaque na política nacional”, comemorou.
Terceira via política
Com a radicalização entre o PSDB e a FPA no jogo político acreano, Petecão acredita que o novo partido poderá abrir uma nova perspectiva para descontentes dos dois lados. “Com certeza seremos uma terceira via. O Kassab tem me surpreendido com a sua humildade. O que queremos é uma proposta nova que não seja radical. Vamos abrir o diá-logo e fazer as críticas que possibilitem encontrarmos alternativas para o país. Aqui no Acre já deixei claro que o nosso projeto é contra a Frente Popular. Faremos uma oposição responsável e vou tentar mostrar para partidos como o PMDB e o PSDB que nós podemos fazer uma oposição sem rancor e sem ódio. Quando tiver que elogiar o Governo, vamos elogiar e quando que tiver que fazer críticas e apresentar sugestões também faremos. O PSD nasce como uma terceira via”, argumentou.
Candidatura ao governo
Petecão comentou as declarações de Kassab de que é um candidato natural ao Governo do Acre. “Fico feliz com a consideração do prefeito Kassab, mas nunca tratei de eleição em 2014 com ele. Primeiro temos que estruturar o partido. Teremos as eleições municipais de 2012 pela frente e vou tentar trabalhar no sentido de fortalecer a oposição. A vinda do PSD com certeza abre novas perspectivas. Inclusive, o fato novo da vinda do PSB para as nossas fileiras. O governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) já conversou várias vezes com o Kassab e talvez eles venham para o nosso campo”, finalizou.