Aproveitando o clima do “fogo amigo” que tem sido uma constante nas sessões da Aleac, o deputado Major Rocha (PSDB), convidou, ontem, parlamentares da base governista a migrarem à oposição. O parlamentar refutou as recentes declarações do presidente do PT, Léo Brito, de que os “descontentes” da FPA deveriam deixar a coligação. “Ele não tem votos suficientes para se eleger e desrespeita aqueles que são representantes legítimos da população. As portas do PSDB, DEM, PMN e PMDB estão abertas para os insatisfeitos da base que discrimina os deputados em três categorias diferentes”, ironizou.
Governistas contra-atacam
O líder do Governo, Moisés Diniz (PCdoB) respondeu com rispidez a ironia do oposicionista. “Quero dizer ao nobre deputado para não se meter com a FPA tentando plantar discórdia. Ainda mais que a própria oposição está cheia de problemas como a imprensa tem mostrado com a disputa entre o Bocalom (PSDB) e o deputado federal Márcio Bittar (PSDB-AC). Cuide do seu lado que nós cuidamos do nosso”, afirmou Diniz.
Provocação irrita Ney Amorim
O secretário da Aleac, Ney Amorim (PT) também não gostou do convite público feito pelo oposicionista. “Defendo a unidade da FPA e o nosso presidente Léo Brito, que é um jovem dinâmico e que chegou à presidência do nosso partido não por acaso. Ele teve 13 mil votos e se tornou primeiro suplente de deputado federal. Por isso, não aceito que digam que ele não tem votos. Quero também que o deputado Rocha explique quem são os deputados da FPA de primeiro, segundo e terceiro escalão. Acho estranho que o nobre deputado coloque lenha na fogueira na casa dos outros e acabe esquecendo da sua própria casa”, protestou.
Quanto aos deputados da base que têm mostrado posturas independentes, Amorim contemporizou: “acho que a FPA tem 12 anos de mandato governamental e mais quatro anos recém iniciados. Todas as coligações partidárias têm problemas que devem ser debatidos em âmbito interno. Mas é a nossa unidade que tem garantido as nossas vitórias e a coesão dos nossos governos. Cada parlamentar foi eleito por um determinado segmento da nossa comunidade e tem a obrigação de representá-lo. Às vezes, um posicionamento crítico de um determinado deputado é distorcido por interpretações errôneas. A oposição acaba apimentando as coisas para semear a discórdia”, disse ele.