As boatarias de que teria desistido de ser candidato à Prefeitura de Rio Branco, em 2012, irritaram o deputado federal, Márcio Bittar (PSDB). “Quem está divulgando isso está agindo de má-fé,” garantiu. Desde a sua campanha à Câmara Federal, em 2010, o parlamentar nunca escondeu que deseja governar o município. “Ninguém votou em mim enganado”, disse ele. No entanto, Bittar prefere no momento prestar contas do seu mandato à população, mas não se furta a falar sobre a disputa de 2012.
O Código Florestal
Uma das prioridades do atual Congresso Nacional, segundo Bittar, é aprovar o novo Código Florestal. “Voto no projeto do relator Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Mas quero lembrar que quando fui deputado federal de 99 a 2003 o assunto já era debatido no Congresso. Portanto, é um tema que se arrasta a mais de 12 anos. Compreendo que o projeto não é um grande avanço para a Amazônia. Mas tem benefícios como devolver o estado de direito às áreas rurais principalmente dos pequenos e médios que não têm recursos para mecanizar as terras. Essas pessoas passaram anos na incerteza de serem penalizadas por uma Lei que mudou. Quem já tinha desmatado mais de 50% que a Lei permitia não dorme há muitos anos. Votado o Projeto acaba com esse fantasma”, explicou.
Outro aspecto importante do projeto para Bittar é a solução das multas ambientais aplicadas aos produtores. “Existem milhares de pequenos produtores que foram multados e não tem como pagar. Com a aprovação do Código ficarão livres de pagar ou replantar. Os maiores não serão anistiados e terão que reflorestar. Os governos estaduais terão que avançar e estabelecer uma política sobre o assunto. Os que terão que replantar poderão ter 50% das áreas com eucaliptos e outras coníferas produtivas se os órgãos ambientais dos estados liberarem”, salientou
Reforma Política
O deputado acreano garante que tem tido uma intensa participação no andamento dos trabalhos sobre a Reforma Política. “Tenho participado de vários debates com pessoas importantes. Fui formando o meu juízo de valores e estou simpático a manutenção do voto proporcional com lista flexível para garantir a participação das minorias. Financiamento público exclusivo de campanha. Ainda sou a favor da reeleição coibindo os gastos exagerados. E também do fim das coligações proporcionais e o estabelecimento de uma lei de desempenho para os partidos”, argumentou.
Márcio também falou das suas colaborações à Reforma Política. “Entrei com um projeto de acabar com domicilio eleitoral que é uma lei da Ditadura Militar. Quem morar em Cruzeiro do Sul poderá ser candidato em Mâncio Lima. Quem vai resolver é o eleitorado. Assisti a uma palestra do presidente do TSE, Ricardo Lewandowski, na Câmara, aconselhando os parlamentares a não olharem a Reforma Política como se fosse tudo ou nada. Se não houver consenso em tudo pode se salvar alguma coisa para depois dar continuidade. Como foi com a Lei da Ficha Limpa. Temos que buscar alguns consensos como se conseguirmos afastar as pessoas jurídicas de bancos e empreiteiras do financiamento de campanhas”, apregoou.
Disputa à prefeitura de Rio Branco
Márcio Bittar refuta as especulações sobre a sua candidatura à prefeitura de Rio Branco. “Se alguém anda dizendo que não sou mais candidato a prefeito é de má-fé. Nunca disse que teria retirado meu nome da disputa. Se isso acontecer serei eu a comunicar. Tenho os meus tempos, ganhei a eleição com uma votação extraordinária, fui à mídia e reafirmei o meu desejo de concorrer à prefeitura da Capital. Abri um escritório para fazer um diagnóstico de Rio Branco sobre saúde, educação, transporte, para podermos preparar um programa não apenas para ganharmos a eleição, mas para governamos bem”, ressaltou.
Discriminação na oposição
O parlamentar reclama que alguns setores oposicio-nistas acreanos o tratam com discriminação. “Tenho um mandato e a obrigação é mostrar a minha atuação na Câmara. Percebo que pela vontade de alguns políticos da oposição não teria espaço para disputar a prefeitura, o Governo, o Senado e nem a Câmara de Vereadores. Mas não sei qual razão. No ano passado se discutiu sobre a questão do Senado e o meu nome foi cogitado. Nunca me chamaram para conversar. Isso é discriminação”, protestou.
Saída para o PSD
Indagado se a falta de espaço político entre os tucanos do Acre poderia levá-lo ao recém- criado PSD, Márcio Bittar, rechaça a possibilidade. “Em hipótese alguma. Tenho os meus posicionamentos e não abro mão. Acho a criação desse partido mais uma atitude personalista. Não sou Dilma (PT) e o PSD nasceu para disputar a eleição em São Paulo contra o Alckimin e fazer parte da base de apoio do atual Governo Federal. Eu sou Aécio Neves (PSDB-MG) e fui Serra (PSDB)”, garantiu.
Desgaste da oposição
Questionado se a antecipação de candidaturas e disputas internas poderia enfraquecer a oposição, Bittar responde: “Quero deixar claro que posso ter divergências com o Bocalom (PSDB), mas que isso não significa que ele não teve um papel como candidato a prefeito e a governador, com 51% dos votos em Rio Branco. Ele segurou o PSDB. Ninguém conte comigo para passar por cima de ninguém e muito menos do Bocalom”, destacou.
O deputado federal revela o seu ponto de vista sobre a disputa de 2012. “Por enquanto o que temos que fazer é se preparar para ganhar a prefeitura. O Acre atualmente com críticas ou sem elas tem um projeto e não podemos trocar isso por nada, por uma aventura. Eu tenho me preparado para governar. Faço isso de forma aberta. Nos dias 12 e 13 de maio o PSDB, o PPS e DEM estão preparando um seminário com a presença do deputado federal Duarte Nogueira (PSDB-SP) que é o líder da nossa bancada na Câmara. Já gravei uma fala do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de saudação aos participantes. E o meu gabinete preparou uma série de orientações para os pré-candidatos a prefeito e vereadores das eleições de 2012. Vamos mostrar à sociedade que nós não nos preocupamos apenas em ganhar. Não quero o poder a qualquer preço. Acima de tudo me preparo para governar bem”, resumiu.
Márcio Bittar revela que é preciso preparar os municí-pios e os estados para o PSDB voltar ao poder nacional. “Não tenho dúvida de que voltaremos a governar o Brasil. O Aécio e o Alckimin são homens jovens com grande experiência. E nós da oposição no Acre temos que nos preparar para estarmos à altura para governarmos com eles. O projeto que sonho para o Acre não se concretiza só no governo local. É preciso que no plano nacional as pessoas possam enxergar a Amazônia através dos nossos olhos. Politicamente e partidariamente a minha maior tarefa será ajudar a construir daqui para 2014 o palanque do Acre para a candidatura do Aécio Neves”, finalizou.