O encontro, que deveria ter acontecido na semana passada dos deputados estaduais com a reitora da Ufac, Olinda Batista, acabou sendo ontem. Ela chegou acompanhada de assessores ao Salão Azul da Casa Legislativa e depois se encaminhou ao plenário para conversar com os parlamentares sobre os eventos relativos ao vestibular 2011. Paralelamente foi distribuído um panfleto do Conselho Universitário, “Em Defesa da Ufac”, que desagradou alguns deputados. “Essa nota não caiu bem. Alguns trechos são arrogantes porque em nenhum momento os nossos deputados se posicionaram contra a Ufac”, disse o líder do Governo, Moisés Diniz (PCdoB).
A nota do Conselho Universitário destaca em alguns trechos: “…o Conselho Universitário vem a público dizer que não aceita e não aceitará os atos inconseqüentes dos quais vem sendo vitimada, perpetrados por alguns membros da imprensa e do Ministério Público Federal, que, ultrapassando seus direitos e o cumprimento dos seus deveres, vem praticando contra essa Instituição de Ensino Superior, de modo público e rotineiro, um verdadeiro linchamento moral…”
Quanto aos vestibulandos que não fizeram a prova e entraram na Justiça para conquistar esse direito a nota explica: “…tudo que havia de ser feito foi feito. A Ufac tem autonomia e legitimidade legal para tomar a sua própria decisão, e o fez, e certamente o fez com amparo na verdade dos fatos e do direito, buscando a decisão mais legal e justa possível…”
Reitora Olinda Batista concede entrevista exclusiva À GAZETA
A GAZETA – Reitora qual é o motivo da sua visita à Aleac?
Olinda – Depois da questão do vestibular, mandamos um ofício para dizer que estamos à disposição para esclarecer sobre os procedimentos do vestibular, qual o comportamento do Conselho Universitário e de como gestamos a Universidade.
A GAZETA – Como ficou a situação dos alunos que se sentiram prejudicados?
Olinda -Sobre esses alunos não existe nenhuma determinação para que se pudesse fazer alguma coisa. Tudo que está fora da alçada administrativa e jurídica nós não temos como fazer. Se vier uma determinação vamos cumprir. Estamos cumprindo tudo que tem sido determinado.
A GAZETA – No ano passado o vestibular já teve problemas. Agora, novamente surgem questões relativas ao vestibular 2011. O que está acontecendo que durante dois anos seguidos o vestibular da Ufac tem apresentado problemas?
Olinda -Não considero que seja um problema de gestão do vestibular. As questões não são nossas, mas do Estado que tinha uma Secretaria que emitia documentos com validade. Como é de praxe que se procure a validade dos documentos porque existem fraudes em todos os cantos com grupos fraudando vários concursos e não só o vestibular. Por exemplo, o concurso do Ministério Público e outros concursos da Justiça que foram fraudados provavelmente pelo mesmo grupo e com a Universidade não é diferente. Nós temos 18 mil candidatos. Então, é factível de haver fraude. Por isso, nós temos tomado na instituição, desde 2008, todas as precauções e não tivemos nenhum questionamento a não a ser relativos aos documentos.
A GAZETA – Como serão recebidos os 16 peruanos que virão estudar na Ufac?
Olinda – Vamos fazer uma parceria com o Governo do Estado porque as coisas em parcerias funcionam melhor. Nós temos que abrir mais a universidade. Somos uma instituição de fronteira e temos que agir com essa consciência. Mas nós daremos as mesmas condições aos estudantes peruanos que estão dando aos nossos jovens lá.
A GAZETA – O deputado Astério Moreira (PRP) questionou há pouco na tribuna que a Ufac tem dificultado a validação dos diplomas dos alunos acreanos que estudam medicina na Bolívia e em Cuba. Qual é a postura da Reitoria em relação à revalidação dos diplomas?
Olinda -A postura da Reitoria é a mesma do Conselho Universitário que é a instancia maior da instituição que decide. E o Conselho decidiu que a adesão é o melhor para a Ufac pela questão de professores que são do Estado e têm pouco tempo na Universidade e não teriam tempo para fazer essa revalidação como nos outros cursos que não tem a complicação como tem na medicina. Na verdade a população que busca a revalidação da medicina é muito maior. Nós estamos numa área de fronteira e precisamos discutir mais. Nós estamos aderindo ao concurso nacional e estamos com uma comissão estudando outras alternativas também. Mas isso requer um estudo mais aprofundado que a gente quer fazer em parceria com o Estado para no futuro termos outras alternativas.