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PPS entra com Adin contra criação do PSD e pode complicar cenário para senador Petecão

O PPS entrou com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal contra decisão do Tribunal Superior Eleitoral que permite a migração de parlamentares para uma nova legenda partidária. Caso os ministros do STF entendam que a resolução 22.610 do TSE se contrapõe à decisão já realizada pelo Supremo de que o mandato pertence ao partido, fica inviabilizada a migração de parlamentares para a nova sigla. Se isso ocorrer, complica o cenário para o senador acreano Sérgio Petecão (PMN/AC).

Eleito como uma das maiores lideranças da oposição ao projeto da Frente Popular, Sérgio Petecão migra para a nova legenda com expectativa de ter ‘maior visibilidade no cenário nacional’, como destacou em recente entrevista a esta GAZETA. Esta ação de inconstitucionalidade surpreende também as articulações em andamento aqui no Estado. Cinco deputados estaduais, entre eles dois que integram a base de apoio do governador Tião Via-na na Assembléia Legislativa, já foram sondados para integrar o novo partido político.

Militantes de partidos de oposição ao governo de Tião Viana (que não quiseram se identificar) reforçam uma condição complexa. “Se Petecão for para o PSD, vai ter que apoiar Dilma”, raciocinam. “Ele vai colocar a Dilma no palanque daqui?”, ques-tionam. Os militantes argumentam que Petecão foi a maior expressão da oposição nas últimas eleições e continua a ser um importante quadro. Mas, não concebem a possibilidade de fortalecimento da oposição regional com a adesão a um partido que “só serve para acomodar os interesses de Kassab”.

O vice-presidente do PMN acreano, Carlos Augusto Coelho de Farias, minimiza a Ação Direta de Inconstitucionalidade. Ele reforça a condição de ser oposição do projeto petista de governo. “Essa ação não diz respeito apenas ao PMN e nem apenas a Sérgio Petecão, mas a muitos outros parlamentares no plano regional e nacional”. Coelho se refere aos 5 senadores e 52 deputados federais. Coelho é segundo suplente ao senado na vaga deixada por Tião Viana e foi um dos coordenadores das duas últimas campanhas vitoriosas de Petecão.

O discurso oposicionista de Petecão no plano regional não encontra consenso com a adesão ao PSD. É o que fica evidente nas declarações do presidente do diretório municipal do PPS, Fortunato Martins Filho. Ele classifica como “pessoal e interesseira” a migração de parlamentares acreanos à legenda de Kassab e afirma que a proposta paulistana de poder enfraquece a oposição no Acre. “Essa mudança de postura de natureza pessoal causa preocupação tanto para os partidos quanto para o eleitor”, avalia. “Dessa forma, nós acabamos confundindo as pessoas”. Hoje, a direção regional do PPS deve divulgar uma nota oficial do partido reforçando o posicionamento da executiva nacional. O PPS é um partido que faz oposição ao PT tanto no Acre quanto em Brasília.

Estrategicamente, a medida do Partido Popular Socialista antecede o ato de fundação do Partido Social Democrático (PSD), previsto para acontecer hoje, no auditório Freitas Nobre, na Câmara dos Deputados. Foram feitos contatos por telefone com o senador Sérgio Petecão para que ele se pronunciasse sobre o assunto. Via e-mail, a assessoria do parlamentar também foi acionada. Até o fim desta edição, não haviam dado retorno.

Categories: POLÍTICA
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