O senador Sérgio Petecão chegou de surpresa ontem à sessão da Aleac. Presidente por quatro gestões da Casa, explicou o motivo da visita: “um grupo de parlamentares queria tirar algumas dúvidas. A deputada Antonia Sales (PMDB) está muito preocupada com a questão do horário acreano. Com a deputada Marileide Serafim (PMN) preciso tratar da questão do PSD. Passei duas semanas tratando a nível nacional da criação do PSD e preciso passar os informes sobre a situação para a minha base”, disse ele.
Pelo discurso de Petecão, é irreversível a sua decisão de trocar o PMN pelo PSD. “As conversas estão muito avançadas e existem grandes possibilidades de me mudar para o PSD. Recebi o convite do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM) e de várias lideranças que estão à frente desse processo. Penso que o Kassab está começando a Reforma Política quando abre uma nova janela para os parlamentares através da criação de um novo partido. O PSD já nasce com a perspectiva de ter entre 38 e 50 deputados federais”, argumentou.
Como tem sido amplamente divulgado pela imprensa nacional, o PSD será mais um partido a integrar a base de sustentação da presidente Dilma (PT). Mas Petecão garante que continuará na oposição acreana. “Todos os projetos que for de interesse do país serão apoiados pelo PSD. Mas aqui não existe possibilidade de ter acordo com a Frente Popular. Veja o exemplo do PMDB que é da base do Governo Federal e no Acre é oposição”, ressaltou.
Anunciando, inclusive, que Kassab virá ao Acre no dia 9 de abril, Petecão não revela nomes que poderão aderir ao PSD. “No PMN, vou conversar com a minha deputada Marileide Serafim para ver como fica a situação e com outras lideranças do partido. Não posso falar por eles. Acho que cada um deve ficar onde achar melhor. Vou mostrar o projeto para todos os filiados do PMN do novo partido e cada um terá a liberdade de optar onde quer ficar. Nós vamos ter também algumas adesões fora do PMN”, salientou.
Explicações ao seu eleitorado
O senador foi questionado sobre quais as explicações que dará aos seus eleitores que votaram num projeto de oposição. Ele respondeu: “não tenho que explicar nada porque não estou indo para o Governo. Penso na política de juntar.
Quantos mais partidos tivermos na oposição ficaremos mais fortes para enfrentarmos o Governo. Nós precisamos ter a sensibilidade de que precisamos aumentar o nosso arco de alianças. O PSD é um partido que já nasce grande. Não estou preocupado com quem vai apoiar em Brasília, mas com o compromisso que temos no Acre de trilharmos um caminho de oposição. Vou estar num partido que poderá me dar uma estrutura melhor para enfrentar a FPA. É como se tivesse andando num fusca e passasse a andar numa Ferrari”, justificou.
Marileide Serafim não sairá do PMN
A parlamentar deixou claro de que não pretende se mudar para a nova legenda. “Essa é uma discussão que será feita hoje. Mas a minha posição é de que fui eleita pelo PMN e pretendo continuar. Claro que toda a decisão do meu senador tem que ser respeitada mesmo porque ele não sairá da base de oposição no Acre. Mas independente de qualquer coisa permaneço no PMN”, garantiu.