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Ação de saúde lembra luta pelo fim dos manicômios

Eles estão nas escolas, nas empresas, praças e restaurantes, mas ainda sofrem o estigma de pertencer a uma parcela da população que sofre transtornos mentais. Ontem uma ação foi realizada pela coordenação estadual de Saúde Mental da Secretaria de Estado da Saúde no Senadinho, Centro de Rio Branco, para tentar sensibilizar as pessoas sobre estes habitantes invisíveis das cidades e alertar para a necessidade de aplicação da Lei 10.216 criada em 2001 e que dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais alternando os padrões de atendimento e assistência sugerindo o fim dos manicômios no Brasil.

“Precisamos da implantação dessa lei de fato no país e da criação de centros de atendimentos psicossociais para acabar de vez com os hospitais psiquiátricos”, alerta Paulino Rosas, diretor do único hospital psiquiátrico do Estado e para onde são encaminhados os casos graves que necessitam de acompanhamento médico e internação temporária. Todos os dias cerca de cem pessoas passam por consultas no Hosmac que tem capacidade para receber 60 pessoas em regime de internação. No Acre existem dois Centros de Atendimento Psicossocial (Capes), um na Capital e outro no município de Cruzeiro do Sul.
A coordenadora estadual de Saúde Mental, Ximena Catalán explica que no Hosmac funciona o Serviço Hospitalar de Referência de Álcool e outras Drogas (SHRAD) e que este serviço deveria ser oferecido no Huerb. “O que a lei preconiza é que o paciente com transtorno mental tenha atendimento humanizado, perto de casa, com profissionais que tenham um perfil para trabalhar com esta pessoa para evitar que elas cheguem a um estágio grave do transtorno que exige a internação”, diz a coordenadora.

Arte do Ser
O psicólogo Fabiano Carvalho estimula a socialização, a descoberta da autoestima e o autoconhecimento de pessoas com transtornos mentais desenvolvendo todas as quartas-feiras na sede da 5ª Regional, no bairro Sobral, o projeto Arte do Ser. Ali, pessoas de todas as idades participam de atividades que suavizam o impacto das crises nos casos graves e ajudam a trabalhar internamente as questões emocionais dos pacientes. Ele lembra que família e amigos devem estar atentos para os sinais que podem ser percebidos quando há indícios de transtornos mentais como depressão, bipolaridade, esquizofrenia. “Sono demais ou de menos, apetite exagerado ou nenhum apetite, ansiedade, podem ser alguns sinais de que a pessoa pode estar desenvolvendo um transtorno mental. Se identificado no início pode evitar a gravidade do caso”, orienta.

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