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Arrombamentos de vidros de carros preocupam população de Rio Branco

O professor Cleilton Pessoa Amaral estacionou o carro no Tangará, no último sábado (14), na frente da casa da sua sogra. Ele parou só por alguns instantes para buscar a esposa. Foi daí que ouviu soar o alarme do carro e correu para checar o que acontecia. Para sua infelicidade, Cleilton chegou a tempo de ver o vidro do carro quebrado e os ladrões (rapazes) arrancando em fuga numa moto. Eles lhe levaram uma bolsa com 3 celulares, documentos e R$ 650,00, fora todo prejuízo no reparo do carro. O caso do professor é um dos muitos – chega até a dezenas – que estão ocorrendo diariamente na capital acreana, nestes últimos meses.
Carro_vidro
Difíceis de serem solucionados, os arrombamentos de carros vêm causando muitas dores de cabeça a cidadãos de bem como o professor Cleilton. A cada mês, a freqüência deste tipo de ocorrência tem aumentado mais e mais na cidade, a ponto de fazer com que as lojas de troca de vidros cheguem a receber de 5 a 10 casos desta natureza por dia. Nos dias de maior ‘pico’ dos arrombadores, chegam a receber até mais de 20 casos. Ou seja, por mês cada loja totaliza mais de 350 ocorrências, fora os dados registrados pelas concessionárias.

“É praticamente impossível ter um dia sem receber uma ocorrência destas. Todo dia tem e é até mais de 10 clientes. Sendo que mais de 80% destes casos são sim de roubo (os demais 20% seriam de acidentes em geral). Nesta última semana mesmo, teve um dia que vieram 7 pessoas só de manhã. No final do dia, foram mais de 25 casos”, disse o vendedor de uma loja de troca de vidros. Ele preferiu não se identificar pra não chamar atenção de bandidos. Ele também destacou que a demanda tem crescido bastante desde o começo deste ano.   

Este tipo de ocorrência é fatal para condenar a família de um trabalhador assalariado a ter de se apertar por meses até poder arcar com os prejuízos do roubo. Nas lojas, a troca do vidro do carro arrombado tem vários tipos de custos, dependendo do modelo do carro, do vidro escolhido, etc. Para os carros populares (mais baratos), o conserto sai em torno de R$ 90 a 100,00. Já para as caminhonetes (mais caros), o custo é entre R$ 380 a 500,00. E tudo isso sem contar com o prejuízo que o arrombador causa quanto aos objetos furtados.

Mas o que explicaria tantos arrombamentos de carro em Rio Branco? Seriam quadrilhas especializadas? Na visão do assessor de Comunição da Polícia Civil, Pedro Paulo Tavares, não seriam quadrilhas, mas sim duplas de jovens criminosos a fim de faturar dinheiro fácil. Conforme o assessor, as delegacias de polícia da Capital têm, de fato, recebido muitas queixas diárias de arrombamentos de carros, em especial nos arredores do bairro do Bosque.

O que torna este tipo de crime mais difícil de ser combatido e erradicado são os entraves que a polícia acha na perseguição aos arrombadores. Pedro Paulo informa que apenas neste ano 16 pessoas já foram presas por quebrar vidros e roubar bens de carros. Mas pegá-las é algo bem laborioso, uma vez que, ao cometerem o crime, elas raramente deixam pistas (exemplo: digitais) no carro assaltado. “Estes criminosos até que são cuidadosos. Usam objetos para quebrar o vidro e não deixam digitais no veículo. Para chegar a estes 16 presos neste ano, a maioria foi através de câmeras de vídeo internas de lojas”, conta o assessor.

Como pegar os arrombadores após o ato é bastante complexo, Pedro Paulo ressaltou que a melhor saída é tentar evitar este tipo de ocorrência. Nesse sentido, ele afirmou que a polícia tem tentado agir de forma preventiva para se antecipar e reprimir a ação dos criminosos. Para ajudar neste trabalho, o assessor da PC destacou que a população pode se precaver colocando película que dificulte a visão interna do carro e não deixando à vista dentro do veículo objetos de valor (levar a parte da frente do som carro, notebooks, bolsas, carteiras, etc).

Outra ajuda é denunciar à polícia pontos de maiores reincidências da ação dos arrombadores. Ao ser vítima, recomenda-se que se tente anotar a placa da moto usada pelos ladrões para a fuga. 

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