AAssociação dos Diabéticos do Acre trava um processo de superação das suas limitações para promover atividades de conscientização sobre como os portadores podem levar uma vida saudável, apesar da doença. A entidade foi criada em 2007, mas estava desativada, devido à falta de engajamento nas suas ações. Em outubro do ano passado, uma nova chapa tomou a frente da associação e agora está tentando cadastrar associados, reunir parceiros e mobilizar a população em geral a se diagnosticar cedo para diabetes. A nova diretoria montou uma salinha no prédio Cades e procura realizar pelo menos 1 atividade sensibilizatória por mês.
De acordo com Maria José, maior responsável por este novo momento da entidade, o retorno tem sido um processo difícil, uma vez que os trabalhos estavam totalmente parados. Ou seja, a nova gestão está tendo que partir do zero. No entanto, ela conta que alguns passos importantes já foram dados. Tais como obter o apoio da prefeitura para fornecer materiais de campanha, oficiar postos de saúde a prestar informações sobre os diabéticos, divulgar em locais públicos os cuidados que se deve ter com a doença. Enfim, está sendo construído um projeto gradativo para fortalecer o planejamento e as iniciativas de mobilização do grupo.
“Fiquei sabendo da associação em junho do ano passado e busquei me integrar. O grupo que se elegeu na metade do ano passado não quis seguir o trabalho por causa das dificuldades na entidade e, então, eu e meu parceiro montamos uma chapa e a assumimos. Hoje, somos 5 membros atuantes, todos voluntários. E a nossa meta principal é conscientizar as pessoas. Muitos que descobrem que têm diabetes acham que sua vida acabou. Queremos mostrar que não é bem assim. Se tomarem os cuidados certos, eles podem atingir a longevidade”, diz.
Entre algumas ações executadas pela nova equipe da associação, consta-se a divulgação dos cuidados no Senadinho, no Carnaval e em um colégio da Sobral. Neste sábado (14), eles devem estar presentes no dia de Ação Global realizado pelo Sesi. Para o futuro, Maria José adianta que a associação pretende promover palestras nas escolas, consolidar uma rede de dados nacional e local sobre a doença, prestar mais informações para ajudar os portadores e seus familiares a tratarem da diabetes e buscar ajuda contra a depressão que ela provoca.
“Queremos ajudar as pessoas a passar pelo tratamento da doença, como tomar os cuidados necessários, incentivá-los a buscar os postos de saúde para obter a medicação adequada e os aparelhos de glicemia, fazer palestras sobre as dietas para diabéticos com nutricionistas, entre uma série de medidas para abrir os olhos da população sobre a doença”, completa Maria José.
Associação cadastra pacientes no Acre
GOLBY PULLIG
Um teste rápido de glicemia feito gratuitamente nos centros de saúde, e em ações de saúde realizadas por diversas instituições que trabalham com prevenção, pode detectar precocemente uma doença silenciosa que mata e mutila milhares de pessoas todos os anos. A Associação dos Diabéticos do Acre, criada em 1972 e desativada durante mais de 20 anos, começa um cadastro dos pacientes para planejar as atividades de prevenção da doença e conscientização sobre medidas que melhoram a qualidade de vida para quem não conseguiu evitar o diabetes.
Mais de 500 pessoas se cadastraram desde junho do ano passado. Ao preencher o formulário, o portador de diabetes informa o tipo da doença, se faz uso de medicamentos, como se alimenta entre outros dados que traçam um perfil sobre a evolução e tratamento. A intenção, segundo a coordenadora da associação Maria José Almeida, é conscientizar diabéticos sobre sua condição e os cuidados que devem ter para levar uma vida mais equilibrada e mais longa. “A cada um que vem fazer o cadastro falo sobre os perigos de não se cuidar, dou até bronca. Se não tiverem consciência pode morrer, perder um membro do corpo, ficar cego e o teste é rápido e grátis”, diz.
Em uma campanha realizada durante o Carnaval, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, a associação ofereceu o teste rápido e detectou inúmeras pessoas que desconheciam que estavam com índice alto de glicemia. Maria José lembra que apesar da segurança do teste rápido, o ideal é procurar um médico e fazer o exame de sangue em jejum nas unidades de saúde. Ela orienta que quem tem predisposição à doença por hereditariedade ou por apresentar problemas de saúde como obesidade e hipertensão devem se submeter pelo menos ao teste rápido de 3 em 3 meses.