Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Ato deve reunir mais de 1.500 trabalhadores rurais para clamar 10 anos de reivindicações

grito_da_terra

Após mais de 1 década calados, os trabalhadores do campo de quase todo Estado devem mandar caravanas para representá-los no Grito da Terra 2011. O manifesto acontece a nível nacional, a partir da próxima segunda, dia 16, podendo se estender até sexta, 20. No Acre, a empreitada deve engajar mais de 1.500 pequenos produtores rurais, que montarão acampamento na Capital, na praça do Palácio Rio Branco, a partir das 9h. Eles serão mobilizados pelos seus sindicatos sediados nas regiões do Alto e Baixo Acre, com organização geral da CUT. Os únicos a não participar do ato serão os do Vale do Juruá, devido à dificuldade de transporte.


O movimento deve reunir várias categorias ruralistas, representando uma massa de mais de 50 mil acreanos, entre produtores familiares, extrativistas, pequenos pecuaristas, agricultores, roceiros, etc. Como estão há anos sem expor suas dificuldades, a pauta de reivindicações das classes é bem extensa. Foi feito um documento pela CUT/AC sintetizando tais demandas. Elas devem ser discutidas com uma comissão mista de várias secretarias do governo estadual.


Dentre as principais, serão cobradas: melhor infra-estrutura pra acesso através de ramais; a regularização de posses (aceitação da Daps, que é um documento que comprova o posseiro como dono da área que ocupa); facilitação pra créditos e benefícios financeiros; políticas de incentivo à produção e comercialização rural; investimentos na educação, saúde, segurança e reformas gerais para moradias; reajuste nos valores pagos a certos subsídios (ex: de preservação); além da instalação de comissões dos trabalhadores para fiscalizar as obras prometidas à zona rural.


Em outras palavras, será reinvindicado um conjunto de condições para o desenvolvimento produtivo e para a melhoria da qualidade de vida e inclusão social das famílias do campo.


De acordo com a presidente da regional acreana da Central Única dos Trabalhadores, Rosana Nascimento, o Grito da Terra da próxima semana será um marco histórico para o resgate da confiança do trabalhador rural. Segundo ela, a Agricultura Familiar acreana possui um vasto potencial, mas que não é explorado devido à falta de estrutura dos ramais e os entraves de acesso do pequeno produtor. “Este será, sem dúvida, um ato marcante, pois há muitos problemas acumulados a serem resolvidos na zona rural. E esta é o momento certo pra superá-los. Os agricultores estão confiantes e, sobretudo, com muita vontade de vir cobrá-las”.


Para exemplificar tal ânsia por soluções, a líder sindical contou que os próprios trabalhadores se mobilizaram para tirar do próprio bolso os custos com alimentação e suprimentos durante o tempo que ficarão na Capital. Na visão de Rosana, o manifesto será um esforço implacável dos ruralistas para não só conseguir do poder público o compromisso de trazer os benefícios. “Eles vão garantir os meios para que estas promessas cheguem a suas terras”, finaliza ela.

Sair da versão mobile