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Baby: o violonista das músicas nostálgicas

Quem passa pelo Conjunto Manoel Julião nas noites de sexta e sábado pode, prazerosamente, ouvir canções em diversos estilos. Eclético, o artista Manoel Messias Santos Gomes, o ‘Baby’, toca e canta principalmente ‘músicas das antigas’. “Gosto de recordações, de músicas que me emocionem e façam as pessoas se emocionarem”, diz ele, ‘fã’ incondicional do Rei Roberto Carlos.

Incentivado pela mãe, a funcionária pública aposentada Maria dos Santos Gomes, o artista toca vários instrumentos, mas tem predileção por um: o violão. Quando perguntam como fazer para agradar a um público com gosto tão diverso, ele responde: “o cantor notívago, que é o meu caso, tem que ser ator ao mesmo tempo. Ele tem que sentir o que mais vai agradar. Para mim, a música e as pessoas são fontes de inspiração”, confessa Baby, para quem a relação público/músico forma um elo de bem-estar e satisfação.

No repertório, estão músicas de Chico Buarque, Cartola, Paulo Vanzolini, Nelson do Cavaquinho, João Bosco, Djavan, entre grandes nomes da MPB. Mas, ele toca também Vavá, Bruno & Marrone, Belo que, para alguns, destoa com o talento e a qualidade do músico. “Existe um preconceito bobo em relação a esses cantores. Eu toco o que o público quer. O resto é frescura”, desabafa, dizendo que saiu inúmeras vezes de rodas de ‘bacanas’ para entrar num ambiente com pessoas ‘naturais e espontâneas’.

Quando indagado como é viver de música no Acre, Baby nem titubeia: “É complicado. Existe muita concorrência. Mas eu tenho uma vantagem. Talvez eu seja o mais jovem boêmio do Acre. Nas músicas do meu repertório se incluem, por exemplo, o ‘Ébrio’ de Vicente Celestino, ‘Meu Pequeno Miraí’, de Ataulfo Alves e Mário Lago e ‘Ronda’ de Paulo Vanzolini. Deus foi e é muito generoso comigo”, explica, dizendo que nutre admiração pelos também músicos Getúlio Moreno e Ademar Galvão.

Nascido em 1969, na ‘Vila Custódio Freire’, Baby veio morar na cidade na segunda metade da década de 70. Depois de passar alguns anos morando no bairro Aviário, ele se mudou definitivamente para a Estação Experimental. Depois de ganhar um violão da mãe, o garoto de apenas 10 anos foi se apresentar na Rádia Difusora Acreana e Nova Andirá.

“Participei muito do programa Miscelânea Musical, quando cheguei a fazer alguns acordes com um cavaquinho”, lembra. Apesar de receber convites para gravar um CD, o músico decidiu que “ainda não é a hora”.

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