Sem registro de casos de aftosa desde 1999, o Acre quer dar um novo passo na área de controle de saúde animal e se tornar Estado livre de aftosa sem vacinação, objetivo que deve ser atingido em 2012 caso governo e produtores consigam realizar trabalho intenso e adquirir, como resultado, autorização do Ministério do Desenvolvimento Agrário para suspender a vacinação de animais com mais de dois anos de idade. A informação foi dada pelo diretor-presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Acre (Idaf), Luiz Augusto Ribeiro do Vale, no lançamento da primeira etapa da campanha contra a doença. Em 2010, o Acre imunizou 96% do total de 2,5 milhões de cabeças de gado que compõem o rebanho bovino acreano.
A nova meta vai exigir planejamento específico para controle, fiscalização e ações diretas junto aos produtores, além de trabalho de eliminação de “pontos de estrangulamento”, como são chamadas as áreas de difícil acesso e localidades distantes principalmente na região dos municípios de Santa Rosa, Jordão, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter. Para isso, o Idaf planeja uma parceria com o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Estado de São Paulo, entidade sem fins lucrativos, que desenvolve pesquisas e projetos para o combate da febre aftosa.
O diretor-presidente do Idaf explica que o patamar de zona livre de aftosa sem vacinação na classificação de risco geraria uma economia de cerca de R$ 2 milhões por ano aos produtores do Estado, já que cada dose da vacina custa R$ 1,40 e que deixariam de ser vacinados 1,5 milhão de animais acima de dois anos de idade. “O produtor é o grande ator dessa campanha. É ele o responsável em vacinar os animais e nos trazer o comprovante de vacinação para que a gente possa fazer o controle. Sem essa conscientização não conseguimos eliminar a aftosa”. A doença, que não causa malefícios ao homem, traz grandes prejuízos econômicos e sociais com a restrição ao mercado imposto aos estados que têm casos de aftosa registrados entre seu rebanho.
América do Sul sem aftosa – A preocupação em eliminar a febre aftosa do continente sul-americano é um dos objetivos da Comissão Sul-Americana para a Luta Contra a Febre Aftosa (Cosalfa), da qual o Brasil faz parte. “Há bastante tempo que não há casos de aftosa no Brasil, mas alguns estados ainda são considerados de risco, principalmente do Norte e Nordeste do país. No caso do Acre, a preocupação é com a Bolívia”, diz. Hoje, uma equipe do Idaf visita o município de Cobija, no departamento de Pando na Bolívia onde lança a campanha como gesto de apoio e parceria. Pando quer conseguir classificação de zona livre de aftosa até 2013.