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Engenheiros farão manifesto para reduzir o índice de casas irregulares

Os profissionais e alunos de Engenharia e Arquitetura realizarão a partir desta semana uma série de atos para debater a melhoria das 2 profissões em todo Brasil, achar meios de integrá-las melhor às políticas públicas e resolver os principais problemas estruturais que assolam cidades como Rio Branco. As categorias promoverão variadas atividades pelo país inteiro. O objetivo será apontar os defeitos nos processos de construções dos municípios e demonstrar o quão tais classes são vitais ao crescimento de todos os setores brasileiros, em especial, no Acre.
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Já nesta segunda (16) a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) reunirá os membros das regionais de todo país para tratar das obras planejadas para a Copa do Mundo de 2014, com foco no legado que será deixado nas 12 cidades-sedes após o evento. Na sexta (20), será feito em Maceió/AL um mega debate sobre ‘Emprego, Trabalho e Qualificação Profissional’ nestas e outras áreas, suscitado pela Confederação dos Trabalhadores Liberais Universitários (CNTU).

Mas a melhor das iniciativas virá mesmo é na terça da próxima semana, dia 24, partindo do Sindicato dos Engenheiros do Acre (Senge), em parceira com várias entidades do setor. Na ocasião, os engenheiros e arquitetos acreanos organizarão um manifesto em Rio Branco, a partir das 8h da manhã, no Senadinho, em defesa do desenvolvimento do Estado. Segundo Sebastião Fonseca, diretor regional da FNE, o ato servirá para dar início ao recolhimento de assinaturas pra constar num documento entregue ao governador Tião Viana. O abaixo-assinado visará arrecadar até 50 mil assinaturas. Nele, as classes pedirão a discussão de várias temáticas.

Uma das principais delas, indica Sebastião Fonseca, é estabelecer uma atuação pública de Engenharia e Arquitetura, com o propósito de reverter determinados erros no processo de construção dos municípios acreanos. Para citar um exemplo, o diretor regional da FNE fez uso da própria Capital. Segundo levantamento das entidades de engenharia locais, de 60 a 70% dos imóveis da cidade possuem algum tipo de irregularidade nos seus limites, seja no uso que é feito desde a utilização do terreno até a fase de edificação do que será construído.

“O Acre é um lugar com um potencial inimaginável de desenvolvimento. Nos últimos anos, vários setores da sua economia começaram a dar os primeiros passos para explorar tal potencial. Nesse sentido, a Engenharia e Arquitetura são 2 campos indispensáveis para uma sociedade que almeja tornar eficaz e duradouro este novo ritmo de crescimento. E é justamente por isso que necessitamos de políticas públicas mais claras e abrangentes para dar o mesmo selo de qualidade público destes 2 ramos. Desde a Capital até os municípios do interior, há muitos problemas a serem superados, e os engenheiros precisam se envolver nisso”, prega ele.

Entre os principais projetos de infra-estrutura que os engenheiros deveriam participar mais ativamente, Sebastião Fonseca destaca: rede potencializada de sa-neamento (com água tratada 24h por dia, esgoto coletado em 80% dos domicílios acreanos e aterros sanitá-rios nos 22 municípios); a construção de casas populares; pavimentação das ruas urbanas; rodovias de integração (BR-364 e Estrada do Pacífico); melhorias na trafegabilidade e fluxo de trânsito (engenharia pra prevenção de acidentes); Transporte Público de qualidade; implantação da ZPE; apoio a pesquisas de novas tecnolo-gias; produção agropecuária e processos de industrialização.

Luta pelo avanço e valorização dos engenheiros no Estado
Em sintonia com a defesa em prol do progresso acreano, o diretor regional da FNE traça as metas do movimento para ascender outro elemento: os engenheiros e arquitetos de todo o Estado. Conforme ele, o manifesto conjunto deverá lutar por diversos pontos para elevar a auto-estima profissional das 2 categorias. Entre alguns destes fatores a serem entoados pela corrente, estão: a geração de emprego, o fim da precarização destes profissionais no setor público (contratações por concurso público e não por grupos de trabalho), além da oferta de um curso superior público de qualidade e de estágios públicos remunerados aos universitários.

Para trazer tais questões à apreciação do poder público, Sebastião Fonseca explica que a FNE e as demais entidades que agregam engenheiros e arquitetos (Crea, Cpnfea, Senge, Aeaea, Mutua, Aefea, etc) usarão o amplo debate que está sendo promovido a nível nacional sobre tais assuntos. O próprio Sebastião está de partida para participar como representante do Acre do encontro sobre a Copa 2014 e depois do seminário e debates com especialistas em Maceió, acerca da qualificação profissional e mercado de trabalho. Ambos devem render uma firme, rica e coesa base de novas argumentações/visões sobre as questões locais.

“O encontro da copa vai tratar de infra-estrutura geral do evento, com estádios, rodovias, aeroportos, incentivos a empreendimentos hoteleiros, trem-bala, custos, etc. Já em Maceió abordaremos o desenvolvimento específico da área, as inovações, expansão da educação superior e profissionalizante, desafios que temos pela frente e daremos continuidade a mais destes debates em 4 outros encontros, em 4 cidades diferentes, ao longo do ano. Tudo isso enriquecerá bastante a federação e outras entidades a fortalecer os pontos onde podemos agir pra tornar os engenheiros em locomotivas do desenvolvimento da nossa região”, conclui ele.

Vale destacar que a classe de veterinários também participará do manifesto local do dia 24.

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