Ícone do site Jornal A Gazeta do Acre

Governo abre diálogo e começa as negociações com os militares

O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Assuntos Institucionais, começa hoje a ouvir representantes de sindicatos. Mesmo sob pressões, os assessores palacianos e a equipe econômica afirmam não existem possibilidades de reajustes. Os sindicatos, por sua vez, insistem em querer, pelo menos, as reposições salariais corroídas pela inflação e o custo de vida.
Greve1105
A primeira categoria a ser ouvida será a dos militares. Eles se reúnem hoje com a equipe do governo, às 17h, no Comando geral da PM. Amanhã, 12, será a vez da Polícia Civil, que se reúne às 11 horas, na Secretaria de Relação Institucional  (Sinspol). Ainda amanhã a tarde, às 15 horas, a equipe ouve as reivindicações da Educação (Sinteac / Simplac), na  Secretaria de Relação Institucional. O calendário completo com as datas das demais categorias será divulgado no decorrer desta semana.  

Na semana passada, os militares promoveram uma manifestação pelas ruas do Centro. Eles reivindicam 117% de reposição de perdas, ampliação do efetivo para redução da carga horária e reestruturação da tabela sala-rial. O movimento foi criticado pelo comando da PM, que o considerou “inoportuno”, já que o canal de negociação, segundo o comando, estava aberto.

Outra categoria a espera de negociações é a da Saúde. O presidente do sindicato dos servidores em Saúde (Sintesac), José Correia Daniel, disse que entregou 25 reivindicações ao governo. “Podemos não conseguir todas, mas dessas não abrimos mão: reposição das perdas salariais de 40%, imediato pagamento da insalubridade e complexidade e o pagamento do Plano Bresser”, enumerou Daniel, ameaçando parar os serviços.

Mesmo com discurso mais comedido, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), Manoel Lima, também exige uma reposição de perdas salariais de 10% e ainda 5% de ‘ga-nho real’. Depois de um encontro na Capital, onde representantes de todos os municípios estiveram presentes, o Sindicato realiza amanhã uma assembléia geral.

Outro sindicato que pressiona bastante o governo é o dos policiais civis (Sinspol). Desde o ano passado, segundo o presidente da categoria, Mauricio Buriti, a equipe de negociação do estado está adiando encontros. “Estamos negociando desde 2010. Queremos a reestruturação do Plano de Cargos Carreiras e Salários (PCCR), da tabela salarial, a revisão da aposentadoria assegurada na Lei Orgânica e uma reposição salarial de 45%”, cobra o sindicalista.

Na agenda estão, ainda, os sindicatos das Indiretas, das Diretas, dos Urbanitários, dos Médicos, odontólogos, dos Enfermeiros, dos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem, do Detran,  dentre outros. 

Sinteac realiza assembléia geral amanhã
JORGE NATAL

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac) marcou para amanhã (12) uma assembléia-geral da categoria. Eles vão discutir quais os rumos a serem tomados, depois da rea-lização de uma reunião com a equipe econômica do governo, marcada para a mesma data. Entre outras reivindicações, os sindicalistas querem uma reposição de 10% e 5% de ganho real. O encontro será na quadra do CERB, a partir das 16 horas.

Dividido e sem tanto poder de mobilização, o Sindicato vai enfrentar uma equipe de negociação pouca disposta a transigir. O assessor especial do Governo do Estado, Francisco Nepomuceno, o ‘Carioca’, disse que o Governo do Estado, neste ano, não pode conceder qualquer aumento ao funcionalismo. Segundo ele, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), cujo limite, 49%, já próximo de ser atingido com gastos na folha de pagamento.

O vice-presidente da entidade, João Sandim, rebate dizendo que a categoria não aceita a negativa do governo. “Estamos nos mobilizando para um possível enfrentamento, uma vez que não abrimos mão de algo concreto”, disse ele, ressaltando que os líderes da categoria vão ‘esgotar’ todas as possibilidades de negociação.

Quanto é questionado sobre o investimento do governo na classe, Sandim admite os ‘avanços’, mas cita que a categoria está sem reajuste desde 2006, época da implantação da isonomia salarial. “Depois disso só tivemos as progressões de letras (puladinha)”.

A crise de 2008 seria é o principal elemento causador da adversidade financeira. Ela, segundo dados oficiais, afetou ‘drasticamente’ os repasses constitucionais (FPE) e, nos exercícios de 2009 e 2010, houve um ‘encolhimento’ de R$ 400 milhões na arrecadação estadual.

 

Sair da versão mobile