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Haitianos utilizam Telecentro para manter contato com familiares

O Haiti ainda sofre com a tragédia do terremoto ocorrido em janeiro de 2010 que, atingiu magnitude sete, devastou grande parte do país e deixou cerca de duzentos mil mortos e um milhão de desabrigados. Em busca de uma oportunidade de recomeçar, muitos haitianos vieram ao Acre e estão abrigados em Epitaciolândia. No município existem 186 haitianos refugiados e muitos procuram o Telecentro para manter contato com seu país de origem, além de ser uma oportunidade de se inserirem culturalmente.

O Telecentro de Epitaciolândia é um ativo ponto de inclusão, com monitores sempre atentos às novidades e determinados a colaborar com o objetivo de incluir a comunidade local. Sempre realizando todas as atividades propostas e indo além, com atitudes proativas, como a criação do blog do Telecentro, atualizado diariamente e no ar desde abril. De acordo com a monitora do Telecentro, Maviane Andrade, os haitianos residentes em Epitaciolândia procuram o Telecentro regularmente. “Sempre estamos aqui para falar com nossos amigos que estão distante e acompanhar as notícias de nosso país”, diz em espanhol, Jacque Simone, um dos  mais assíduos frequentadores do espaço.

Embora muitos haitianos sejam formados e falem até seis idiomas, como o professor Leonel Joseph, que é licenciado em Línguas Modernas, a adaptação em um novo país exige tempo e nem sempre a recolocação no mercado de trabalho é fácil, por isso, o aspecto financeiro é lembrado como uma das questões que os levam até o Telecentro. “Sempre que posso venho aqui, não precisa de dinheiro e é um ótimo lugar”, diz Justin Vicente.

No Telecentro não só o acesso à internet é gratuito, mas também os cursos, e por isso não demorou a surgir o interesse e duas turmas do curso de Informática Básica e Cidadania foram formadas. “Ontem a monitora da manhã, Sarah Laís já iniciou uma turma com quatro alunos e eu na tarde, também”, conta Maviane, que afirma ter tido apenas um pouco de dificuldades devido à diferença dos idiomas, “mas a gente consegue se entender”. Segundo ela, são ótimos alunos e superam as expectativas. “É interessante, a maioria deles sabe manusear muito bem as máquinas, mas pedem para ensinarmos mais a eles, querem se incluir, e nós queremos que eles se sintam integrados no nosso país, pois sabemos a dificuldade que passaram e passam ainda”, finaliza.

Com a ajuda do Telecentro de Epitaciolândia este processo de inclusão será não só mais rápido, mas também menos dolorido, pois somente quem vive tão distante de sua terra natal sabe o quanto é importante o acesso à internet para encurtar as distâncias. (Assessoria)

 

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