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Mãe, avó, bisavó e tataravó, acreana completa 100 anos com 5 gerações de histórias pra contar

Chegar aos 100 anos é uma missão para poucos. Mas atingir tal longevidade com a alegria e a disposição para deixar qualquer jovem com inveja é, sem dúvida, um feito que só a dona Lydia Deodato de Lima conseguiu alcançar. Nascida em 5 de maio de 1911, em Xapuri, dona Lydia teve seu centésimo aniversário celebrado em grande estilo no Sborba. Uma festa que contou a sua rica trajetória de vida e relembrou algumas de suas mais marcantes histórias.
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Afinal de contas, Lydia viveu 5 gerações, sendo mãe de 13 filhos (5 deles ainda vivos), avó de 32 netos, bisavó 66 bisnetos e tataravó de 10 tataranetos, com familiares espalhados pelo Acre, Rondônia, Rio de Janeiro, São Paulo, EUA, Canadá, Espanha, Peru, etc. Uma família que ao longo da sua vida sempre a encheu de muito orgulho, carinho e vitalidade. Tanto é que ao ser perguntada sobre o seu bem mais precioso neste século de existência, dona Lydia responde, de pronto e sem hesitação: “minha família. Eles é que me deram tanta vida”.

Para criar tantos filhos, netos e afins, Lydia aponta como fórmula a boa educação partindo principalmente de casa e o ensinamento de valores essenciais para a formação. “Eu sempre ensinei aos meus filhos a importância do trabalho, de fazer as coisas certas e de respeitar os mais velhas. Com a ajuda de Deus e um pouco de sorte, eu eduquei os 13 com disciplina pra que vencessem na vida. E deu certo. Todos foram letrados, trabalharam muito na vida e formaram suas famílias com os mesmos valores”, diz Lydia, com um sorisso de satisfação.

A humildade e o amor ao próximo também foram outros dois princípios que a simpática mãezona destacou na criação dos seus ‘meninos’. Vivendo hoje numa casinha aconchegante na Rua Minas Gerais, Centro, sozinha (apesar das visitas constantes dos parentes), dona Lydia demonstra na sua forma modesta e feliz de viver alguns dos ensinamentos passados às suas crias. “Insisti pra que fossem todos – filhos, netos, bisnetos, tataranetos –  pés no chão, trabalhadores e corretos, com seus amigos, família e colegas de trabalho”, completa.  

Para finalizar, dona Lydia Deodato deixou uma mensagem às mães de todo Acre. “Para hoje, eu quero desejar um feliz Dia das Mães para todas as mães e dizer que elas cuidem bem dos seus filhos, para fazerem com que eles vençam neste mundo difícil de hoje em dia”.  

Participação histórica para o Acre
Professora aposentada, dona Lydia tem proezas históricas nos seus 32 anos de carreira – de 1º de julho de 1943 até 26 de fevereiro de 1975. Ela foi babá e alfabetizadora do ex-governador Jorge Kalume, professora de várias autoridades do Estado (como a reitora Olinda Batista) e ajudou a fundar mais de 8 escolas (entre elas, a Maria Olívia de Sá Mesquita, que hoje é o seu querido clube Sborba). Educadora ativa, ela deu aula pra vários locais do Acre, desde Xapuri e Brasiléia até seringais no Alto Acre. Além dos seus 19 anos na Capital, onde atuou nos grupos escolares Marcílio Dias e Pres. Dutra e nas escolas Marcílio Dias, Francisco Sales Filho e Neutel Maia (colega de trabalho de Wildy Viana, pai do governador Tião Viana e do senador Jorge Viana).

E seu currículo de curiosidades não pára por aí! Com orgulho, dona Lydia conta que seus pais vieram do Ceará, no começo do século passado, para se engajar na Revolução Acreana. “Meu pai e minha mãe lutaram na revolução. Pelos seus feitos, eles até receberam um rifle (de papo) amarelo das mãos do próprio cel. Plácido de Castro. Foi até o meu pai, que era carpinteiro, quem fez o caixão para o sepultamento do Plácido de Castro”, narra Lydya Deodato, que, aliás, também é sobrinha do Cel. José Galdino (sua mãe era prima dele).

Dona Lydia Deodato também fez parte do grupo dos autonomistas que defendeu a elevação do Acre ao patamar de Estado, quando ele ainda era território. E mesmo hoje, com 100 anos, a idosa não pára de representar o lugar que AL ajudou a transformar em Estado, já tendo participado de desfiles e excursões por todo país (realizados pelo Grupo da 3ª idade no Sesc).  

É mais difícil ser uma mãe dedicada ou vencedora profissional? As duas coisas
TIAGO MARTINELLO

Se tem um esforço que a vã filosofia masculina jamais vai conseguir desvendar é a da mulher que consegue dividir o seu tempo entre ser uma ‘mãe’ dedicada e uma ‘trabalhadora’ de estimado sucesso profissional. De fato, a participação da mulher no mercado de trabalho tem sido cada vez maior nos últimos 30 anos, fazendo-as ocupar altos cargos em todos os setores possíveis (já chegaram até a Presidência da Republica). E todas, surpreendentemente, sempre arranjam mais do um ‘tempinho extra’ para cuidar das suas casas e nunca se perder do processo de criação dos seus filhos. Como? Com muito amor, competência e sacrifícios.

Para buscar entender um pouco mais da rotina destas ‘mamães guerreiras’, A GAZETA ouviu duas personagens que precisam lidar com o corre-corre da sua vida profissional, e sem perder, nem por 1 segundo, o controle do que acontece com os seus ‘filhotes’ queridos.

Uma mãe que sempre acha tempo para os seus meninos
A primeira delas é a administradora Rosivane Moura de Freitas. Mãe da pequena Isis Caroline Moura M. da Silva, 9 anos, e do esperto Ismael Davi Freitas M. da Silva, 11 anos, Rose narra como é conciliar as cerca de 8h que passa no trabalho com as demais que lhe sobram no dia para cuidar bem dos seus filhos. Segundo ela, ser mãe é uma ‘função’ que traz inúmeras felicidades, mas em troca exige que se abdique de muitas coisas na vida. Por isso, Rose conta que o papel de mãe é um ‘cargo’ que nem todas as mulheres estão prontas a assumir.

“Eu sempre digo aos meus amigos que me vêem nesta correria que conciliar trabalho e cuidar da família é algo que eu me desdobre bastante. A todo instante! Mas eu busco fazer tudo aquilo que está ao meu alcance para fazer o melhor possível nas 2 coisas. Fui criada muito sozinha, com pouca participação dos meus pais. E sentia a falta deles. Por isso, eu sempre busco fazer o melhor que posso no meu trabalho, mas sem deixar de lado a criação e de estar presente na vida dos meus filhos, para dar carinho, amor, atenção”, diz a administradora.

E é justo este carinho e atenção que Rose destaca como as melhoras maneiras de se criar os filhos nos dias atuais. E acima de tudo ter disposição para nunca perder o contato com a vida deles, ao mesmo tempo em se busca as melhores formas de subir no trabalho. “Devemos criar nossos filhos nos caminhos de Jesus pra que eles nunca se percam dele. Deus foi muito generoso comigo e me deu filhos ótimos. Eu vivo dizendo que eles são como o ar que eu respiro”, emenda Rose, que além de cuidar dos filhos e trabalhar 8h por dia ainda arranjou tempo para fazer um curso superior de Administração por 4 anos, há pouco tempo.

A mãe batalhadora, orgulhosa e conselheira dos filhos
Já a segunda personagem, a jornalista Lula Melo, assessora do Sebrae, destaca (além do amor e do zelo) a paciência, a disciplina e o respeito como alicerces sólidos da criação dos seus filhos. Mãe do Eduardo Henrique, 12 anos, e do jovem José Vitor, 18, ela conta que criar os dois rapazes e dedicar cerca de 10h do seu dia ao trabalho já lhe exigiu imensuráveis esforços. Porém, a gratificação de ver seus meninos tomando os caminhos certos na vida e ser valorizada como mãe e profissional são 2 das maiores satisfações que se pode sentir.

“Meus 2 filhos são os 2 grandes tesouros da minha vida. Eles são obedientes, tem bons valores e me deixam muito orgulhosa. O Eduardo é muito inteligente e o José Vitor já está trabalhando, estuda e paga sua própria faculdade de análise de sistema. E o dois sonham em ser alguém na vida. Isso é muito importante. Por isso, eu sempre tirei o tempo e o dinheiro que for necessário do meu trabalho para investir na educação deles. Para ensiná-los a serem pacientes e ir subindo um degrau de cada vez na vida, para chegar até o topo”, diz Lula.

Assim como a administradora Rose Freitas, a jornalista também conta que sempre educou muito os seus filhos com base na palavra de Deus e buscou dar o máximo de carinho e de amor. Inclusive, é com estas lições religiosas e com o amor que ele alega conseguir achar o esforço e a dedicação necessária para conciliar o seu trabalho e a administração do seu lar. “Para mim, as coisas tem que funcionar como um cordão de 3 dobras. Em nossas vidas, temos de ter a família, o trabalho e Deus. Cada uma destes elementos tem que se completar”.

Para finalizar, Lula ressalta que nos dias de hoje as mulheres são cada vez mais cobradas, seja pelas demandas familiares ou pelo mercado de trabalho. Assim, ela prega que é de vital importância para os pais participarem sempre do processo de criação dos seus filhos (nem que seja só encorajando mesmo) para tirar dos ombros das mães todos estes pesos.

PARA: MÃE JACY 
DE:   ANA Mª ALMEIDA

Como é bom ser mãe
Como é bom ter mãe
Te agradeço meu Deus
De todo coração
A mãe grandiosa
Que  o Senhor me deu
Exemplo de força , paciência e compreensão
Amor desmedido sem dimensão
Nas horas tristes e   de aflição
 Esta sempre presente
Pra consolar meu coração
Nos momentos felizes
E de grande alegria
Sua gargalhada contagia
As filhas mesmo casadas
Longe ou perto sempre amparadas
Em seu colo encontram
Apoio e proteção
E é claro imenso amor
Cheio de ternura e dedicação
Me recordo quando  mocinha
Junto com minhas irmãzinhas
Cantávamos juntas uma canção
Pra você mãezinha
Com muito amor e devoção
Cantávamos assim com emoção
“…Nós só temos um buquê
Um buquê para ofertar
Um buquê bem bonito de flores
Perfumada de todas as cores
Para  a mamãe…”
Não conseguíamos até o final cantar
A voz  de cada uma começava a embargar
E emocionadas começávamos a chorar
Assim é a senhora mãezinha
Guerreira,  forte,  determinada
Que não tem medo de nada
Temente a  Deus
Não perde a esperança
Sempre com muita fé e confiança
Eleva suas mãos para o céu e ora
Se preciso for noite e dia, toda hora
Mãe carinhosa, cuidadosa, caridosa…
Obrigada meu Deus
Por ter me dado essa mãe maravilhosa
Como é grande o meu amor por você
Razão do meu viver

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